Convivendo e sobrevivendo em tempos de crise
É … a maré brasileira não está para peixe, digo, empreendedor! Haja persistência, paixão e fé para testar até os mais experientes empreendedores! A retração econômica não poupa quase nenhum setor econômico. Revela-se em muitos índices, sinais, comportamentos e atitudes.
Na semana passada, o relatório conhecido como Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central do Brasil, baseando-se em expectativas de grande painel de gestores de recursos e de economistas de diversas instituições financeiras, sinalizou a contração do PIB brasileiro também em 2016. Lembrando que o PIB se refere a todos os bens e serviços produzidos e transacionados no país.
É o termômetro de como anda o paciente Brasil. Só este termômetro já é suficiente para dizer que o paciente está mal, e que o combate à doença será mais longo do que gostaríamos.
Ou seja, o tempo de vacas magras parece que nos pegou de jeito. Todos os outros indicadores setoriais – por exemplo os de serviços e da indústria recuaram no primeiro trimestre deste ano. O consumo das famílias diminuiu e nível de investimento também.
A taxa de juros Selic, taxa de câmbio do dólar, índice de desemprego, inflação indicam que a doença do paciente brasileiro é grave. Se confirmadas as previsões de retração do PIB de 2015 em torno de 2,0%, emplacaremos o pior resultado em 25 anos. O que nos salva ainda é a agropecuária!! Setor extremamente importante para a economia brasileira!
E aí, o que dizer para os empreendedores que estão aí na batalha, a braços com a crise? As despesas, as contas continuam chegando … e os custos subindo! E os clientes…. bem… estes estão ariscos! Mesmo os mais fiéis!
Decerto que é um teste de resistência para os empreendedores. Que precisarão ter ainda mais energia do que nunca para gerir o negócio com olho firme no painel financeiro, com o radar no mercado, com os ouvidos e olhos nos clientes, com a cabeça a mil, procurando inspiração, soluções e usando mais do que nunca a criatividade.
Precisarão acompanhar o que acontece no país, sobretudo no seu setor e na cadeia onde se insere. Estar bem informados é vital. Conversem com outros empreendedores de seu setor, da cadeia produtiva, com os fornecedores para sentirem o pulso das coisas.
Precisam ter olho nos resultados. Para saberem, na real, como está a saúde do seu negócio. Como está o fluxo de caixa? E as receitas? A previsão delas? Como estão o volume de pedidos, de contratos, de propostas, de negociações? O número de chamadas telefônicas? O número de clientes que os procuram?
O que pode ser feito no flanco dos clientes? Que ações comerciais e de marketing tem sido feitas? Há propostas que empacaram? Clientes que desistiram? Clientes não ativos? Dá para acioná-los e propor condições melhores? Descontos? Bônus? Melhorar a condição de pagamento?
Mas lembrem que, para oferecer estas alternativas, vocês precisam saber e monitorar a margem de ganho dos seus negócios e do mix de produtos e de serviços que oferecem.
Quanto às despesas: por onde está saindo mais dinheiro de suas empresas? Despesas fixas? Funcionários? Instalações? Despesas variáveis? Como estão os preços e negociações com os fornecedores ou com terceiros?
Onde se pode economizar? Sem comprometer a qualidade dos produtos, bens ou serviços oferecidos – não pode ser, como noticiado em 19/08/2015, que “empreendedores” importavam parabrisas chineses para veículos, que eram vendidos como nacionais, mas não atendiam aos requisitos de segurança.
Lembrando que o empreendedor (a não ser o individual) não faz as coisas sozinho, na gestão e relacionamento com seus colaboradores e parceiros, terá que injetar mais gás ainda! Alinhando-os, motivando-os para cooperarem com ideias, sugestões, atitudes e comportamentos reais e criativos.
Não deixar a peteca cair. Criatividade, inovação, reinvenção são palavras de ordem para conviver e tentar sobreviver à crise, pois os clientes procuram mais benefícios pelo custo. Comparam ainda mais com os concorrentes. Portanto, para ganhar a parada os seus produtos e serviços precisam ser ainda melhores!
Fonte: UOL Economia Empreendedorismo