Indústrias no Sul do RJ criam mercado potencial para locação
De Folha de S. Paulo
A região de Resende, Itatiaia e Porto Real tem quatro montadoras – MAN, PSA Peugeot Citröen, Hyundai Heavy Industries Brasil e Nissan. Uma quinta, a Jaguar Land Rover, deve abrir em 2016. A Firjan (federação das indústrias fluminenses) estima que o investimento seja de cerca de R$ 5,7 bilhões nas três cidades, entre 2014 e 2016, na construção de fábricas e na expansão das já existentes.
A indústria automotiva impulsiona outras áreas, diz o vice-presidente de produção e logística da MAN, Adilson Dezoto. É o caso, por exemplo, da área de construção. Um caso é o da Concremat Engenharia, responsável pelo gerenciamento e fiscalização de obras da fábrica da Nissan. O trabalho terminou há alguns meses, mas a empresa decidiu manter um escritório em Resende para atender às novas demandas. “Há grande necessidade na área de infraestrutura, educação e saúde”, afirma o diretor comercial da empresa no RJ, Eduardo Viegas.
No sul do Rio de Janeiro, o setor hoteleiro viu sua taxa de ocupação subir com o público corporativo. O Hotel Rio Penedo, por exemplo, abriu mão de abrigar sul-coreanos da Hyundai – que tinham exigências de alimentação e voltagem das tomadas – para ficar com os franceses e americanos. A taxa de ocupação durante a semana é de 80% a 85%.
Cidades menores também pegam carona. É o caso de Quatis, que tenta atrair empresas do setor metalmecânico e de TI. O prefeito Raimundo de Souza afirma que já negocia com duas empresas.
Em Porto Real (RJ), no Vale do Paraíba, há 18 mil habitantes e cerca de 20 mil empregos na indústria de autopeças e logística, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Eduardo Augusto Mentzingen Linhares. “Isso beneficia os municípios vizinhos”, diz. Das cerca de 40 indústrias, 17 são ligadas ao setor automotivo.
As cidades já se movimentam, porém, para reduzir a dependência do setor automotivo – a produção de veículos no país recuou 18% entre janeiro e maio deste ano, sobre igual período de 2013. Resende, por exemplo, tem como meta diversificar e atrair a área de TI, segundo a prefeitura.
Fonte: ABLA
Avaliação da ABLA
Essa diversificação de atividades na região, assim como as necessidades de obras de infraestrutura, também amplia o mercado potencial para a locação de automóveis. Paulo Nemer, presidente do Conselho Nacional da ABLA, explica que a terceirização de frotas é largamente utilizada por grandes companhias, mas também está se tornando atrativa para pequenas e médias empresas. “Ao terceirizar, toda a gestão referente à posse dos veículos deixa de ser problema do cliente, que assim pode se dedicar com mais afinco à sua atividade-fim”, afirma.
Conforme Nemer, as empresas que adotam a terceirização de frotas conseguem vantagem competitiva em relação aos concorrentes. “A terceirização tira a responsabilidade do cliente sobre licenciamento, emplacamentos e impostos dos veículos. Sobre os custos com seguro e manutenção. E ainda com despesas nem sempre são previstas no orçamento, como a reposição de peças e o custo financeiro da ociosidade de cada veículo”, explica. “Tudo isso passa a ser de responsabilidade da locadora que está alugando a frota”.
Nemer avalia que o crescimento da região, portanto, ajuda a incrementar um trabalho que a ABLA já vem realizando, que é o de disseminar a cultura da locação de veículos e o consequente fortalecimento da atividade, em todas as regiões do Brasil.