MG: Governo prepara lista de aeroportos regionais que devem receber os primeiros investimentos

Empenhado em acelerar os investimentos previstos nos aeroportos do interior do país – contemplados no Plano Geral de Outorgas anunciado na quarta-feira pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) –, o governo de Minas apresentará dentro de 30 dias um estudo detalhado sobre os terminais que oferecem potencial para receber voos comerciais e que, portanto, deverão ser os primeiros a receber os recursos. A iniciativa visa a orientar a aplicação do dinheiro, definindo prioridades com base no interesse que as próprias companhias aéreas terão em dinamizar a aviação regional, informou ontem o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Luiz Antônio Athayde Vasconcelos.
A intenção é somar esforços com o plano do governo federal, como resposta mais rápida na definição que caberá às empresas aéreas de abrir as rotas comerciais. O estudo está sendo feito em conjunto com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). “Estamos refinando os dados com a intenção de concentrar os investimentos naqueles aeroportos que apontam viabilidade econômica e sustentabilidade para que a rota de voos comerciais se consolide”, afirmou Luiz Antônio Athayde. Entre 20 terminais analisados no plano do governo mineiro, foi estabelecida uma hierarquia que indica os 10 primeiros a serem beneficiados pelos recursos.
Outra linha paralela de trabalho tem como foco a retomada da operação de aeroportos que tiveram atividades interrompidas, apesar do potencial já demonstrado, a exemplo dos empreendimentos de Diamantina, no Vale do Jequitinonha; São João del-Rei, na Região Central, e Varginha, no Sul de Minas. Segundo o secretário de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles, o projeto do governo estadual, que estaria em sintonia com o plano federal de aviação regional, prevê investimentos de R$ 270 milhões nos aeroportos do interior.
“Foi uma combinação perfeita e que permitiu uma união de esforços e investimentos”, afirmou Melles. O plano que a SAC pôs em consulta pública projeta obras em 33 aeroportos mineiros, com investimentos de R$ 815,5 milhões. Os detalhes da proposta estadual a ser apresentada à SAC, de acordo com Luiz Antônio Athayde, serão divulgados pelo governador Antonio Anastasia.
Na avaliação do coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral (FDC), Paulo Resende, será necessário priorizar o desembolso do dinheiro, sob pena de a União desperdiçar os recursos. “O excesso nesse caso, em querer transformar todos os terminais em polo de atração de rotas de passageiros e cargas, pode ter efeito muito negativo. É preciso ter seletividade.” Em Minas, o especialista destaca os polos regionais de Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que para ele são a porta de entrada para o Centro-Oeste brasileiro; além de Montes Claros, no Norte de Minas; Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha; Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira; e Divinópolis, no Centro-Oeste.
Turismo
A expectativa é grande em Poços de Caldas, no Sul do estado, e Ouro Preto, na Região Central. O prefeito de Poços, Eloísio do Carmo Lourenço, informou que o terminal do município já foi objeto de levantamento topográfico e de levantamentos feitos pelo governo mineiro, contando com projeto de reforma elaborado, com orçamento de R$ 35 milhões. Em recente reunião com representantes da SAC, o prefeito foi informado de que os recursos do governo federal estariam assegurados. Em Ouro Preto, que chegou a destinar área para construção de aeroporto, o vice-prefeito Francisco Rocha Gonçalves, disse que o grande fluxo turístico e os serviços de educação estimulado pela Universidade Federal de Ouro Preto justificam o empreendimento.
Cancelamentos na Copa
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirmou ontem que o cancelamento de 800 voos em aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo nos dias de jogos representam apenas 1,12% do total de pousos e decolagens previstos para o período do evento. As medidas, que terão maior impacto nos terminais de Santos Dumont, do Rio, de Fortaleza (CE), Manaus (MA) e Cuiabá (MT), segundo o executivo, devem atingir 3 mil passageiros, número bem inferior aos 16 mil previstos por especialistas em aviação.
Demanda
Ontem, a Abear também divulgou dados do mercado aéreo. A demanda das companhias aéreas brasileiras cresceu 11,2% em fevereiro, frente ao mesmo mês de 2013, somando 7 bilhões de passageiros-quilômetros transportados (RPK), segundo a entidade. Já a oferta teve leve recuo, de 0,5%, para 8,7 bilhões de assentos-quilômetros oferecidos (ASKs). Com isso, a taxa de ocupação subiu 8,5 pontos percentuais, atingindo 80,6%. O número total de passageiros transportados superou 6 milhões de pessoas no mês, 11% acima do registrado em fevereiro de 2013.
Por Marta Vieira e Carolina Mansur, do Jornal Estado de Minas.

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