MG: Ocupação baixa para 52%
A Copa do Mundo passou, e o turismo de Belo Horizonte recebeu, como legado, um aumento de mais de 35% nas Unidades Hoteleiras (UHs), ou seja, quartos e suítes disponíveis. O desafio agora é conseguir movimentar o turismo da capital para ocupar esses locais, ainda mais em uma economia em constante desaceleração.
“A hotelaria anda de mãos dadas com a economia, e hoje estamos vivendo uma recessão”, afirma Patrícia Coutinho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG). Segundo Patrícia, a ocupação das UHs da cidade está este mês em 52%, sendo que, em setembro do ano passado, esse número foi de 61%. “Essa queda tem que ser considerada diante do aumento de unidades. Além disso, temos 14 hotéis que estão sendo finalizados, ou com obras paralisadas, mas que devem entrar em operação”, lembra a presidente. Para Patrícia Coutinho, a ocupação ideal do setor é de 75% a 80%.
Mesmo com os bons resultados da Copa, o evento esportivo trouxe queda nos períodos anteriores e posteriores. “Se houve um aumento de faturamento nos meses de junho e julho, o entre-jogos foi fraco, e outros eventos deixaram de acontecer. O Expominas, por exemplo, ficou em função da Fun fest, ou seja, nada acontecia na cidade além do Mundial”, pondera Patrícia Coutinho.
Demanda. Por outro lado, a gerente de marketing do Ouro Minas, Monaline Alvarenga, identifica um aumento de procura de eventos que têm agitado o mercado nos último meses. “A demanda que ficou represada, já que ninguém teve a ousadia de fazer um evento durante a Copa, está acontecendo agora” diz Monaline. O Ouro Minas, em discordância com o mercado, cresceu 8% em sua ocupação comparando-se agosto deste ano com o mesmo mês do ano passado. “O fato de termos o centro de convenções interno tem sido fundamental. A ocupação dos nossos quartos está diretamente ligada à ocupação do centro de eventos”, explica Monaline.
Patrícia Coutinho também considera os eventos importantes para fomentar o setor hoteleiro na capital. “Nosso movimento é ligado ao turismo de negócios, ou seja, é o contrário dos hotéis litorâneos. Temos que pensar, inclusive, como ocupar os hotéis nos meses de hibernação do setor, que vão de dezembro a fevereiro, além de março”, afirma a presidente da Abih-MG.
Pelo menos os centros de convenções de Belo Horizonte administrados pelo Estado, Minascentro e Expominas, estão bem ocupados. “A ocupação anual dos dois equipamentos é superior a 85%, e seguimos com os espaços praticamente todos ocupados. Essa ocupação foi garantida antes da Copa, visto que já estamos captando este ano eventos entre 2015 a 2018”, explica Cristiane Serpa, vice-presidente da Companhia Mineira de Promoções (Prominas).
Referência
Museu. Inhotim foi citado como referência no fomento do turismo de BH tanto pela presidente da Abih-MG, Patrícia Coutinho, como pela vice-presidente da Prominas, Cristiane Serpa.
Hotéis atendem a necessidade
Uma pesquisa realizada em 2011 apontava que Belo Horizonte precisava alcançar 13 mil Unidades Hoteleiras (UHs) para atender a demanda do turismo local, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG). Atualmente, de acordo com a mesma instituição, já existem 12.800.
“Isso significa que praticamente atingimos a meta. Estamos absorvendo as novas unidades. É importante lembrar que a iniciativa privada fez seu papel e esperamos que o poder público faça o seu”, afirma Patrícia Coutinho presidente da Abih-MG.
Por Ludmila Pizarro, do Jornal Estado de Minas.