Petrobras tem prejuízo líquido de R$ 16,4 bilhões

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Prejuízo líquido de julho a setembro foi quatro vezes superior ao de 2015 e se juntou à receita 14% menor

São Paulo e Brasília – A Petrobras reportou prejuízo líquido de R$ 16,458 bilhões no trimestre de julho a setembro deste ano, quatro vezes mais do que a perda de R$ 3,759 bilhões registrada no mesmo período de 2015 e reverte lucro de R$ 370 milhões no trimestre imediatamente anterior. O prejuízo, explicou a companhia no documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro, foi puxado pelo impacto negativo em ativos e investimentos em coligadas no valor de R$ 15,709 bilhões.

A perda foi “decorrente da apreciação do real e aumento da taxa de desconto, da revisão do conjunto de premissas, tais como preço de Brent (barril de petróleo) e taxa de câmbio de longo prazo, e da carteira de investimentos contemplados no Plano de Negócios e Gestão 2017-2021”. A petroleira registrou ainda prejuízo operacional de R$ 10,032 bilhões, revertendo, assim, lucro registrado no mesmo período do ano passado (R$ 6,045 bilhões) e também o lucro observado no trimestre imediatamente anterior (R$ 7,184 bilhões).

O material de divulgação referente ao terceiro trimestre de 2016 aponta que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Petrobras foi de R$ 21,603 bilhões, alta de 39% em relação aos R$ 15,506 bilhões apurados entre julho e setembro de 2015 e de 6% ante os R$ 20,317 bilhões reportados no segundo trimestre deste ano.

A receita de vendas somou R$ 70,443 bilhões no período, o que significa queda de 14,34% frente aos R$ 82,239 bilhões gerados no terceiro trimestre de 2015 e baixa de 1% comparado aos R$ 71,320 bilhões no intervalo de abril a junho. O resultado financeiro líquido da estatal ficou negativo em R$ 7,122 bilhões no trimestre encerrado em 30 de setembro de 2016, ante o número negativo de R$ 11,444 bilhões de igual trimestre de 2015 e de R$ 6,061 bilhões observados entre abril e julho de 2016.

SHELL NO PRÉ-SAL O presidente mundial da Shell, Ben van Beurden, afirmou ontem que a empresa investirá US$ 10 bilhões no Brasil nos próximos quatro anos, em portfólios atuais da petrolífera, e elogiou o projeto que desobriga a Petrobras a ser operadora única do pré-sal, que na última quarta-feira foi liberado pela Câmara para ir à sanção do presidente Michel Temer. Executivos da petrolífera e de fundos foram recebidos, ontem, por Temer no Palácio do Planalto, ao lado dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; e de Moreira Franco, secretário responsável por concessões e parcerias com a iniciativa privada.

“Escolhemos tornar o Brasil um dos três países com mais investimentos da Shell no mundo”, declarou o presidente da Royal Dutch Shell, ressaltando o “senso de urgência” na gestão de Temer, que “entende a importância de investimentos estrangeiros”, segundo o presidente da empresa.

Os US$ 10 bilhões estimados são de projetos atuais da Shell, prioritariamente no pré-sal. A multinacional comprou a concorrente BG em fevereiro deste ano, e cita o campo de Libra como alvo de aportes nos próximos anos. Ben van Beurden não descarta participar de leilões que ainda acontecerão, mas pede “atenção” do governo para a responsabilidade fiscal.

O presidente mundial da empresa comemorou o avanço no projeto que desobriga a Petrobras a ser operadora única do pré-sal. A Câmara dos Deputados vetou mudanças no texto, que já havia recebido o crivo da Casa e do Senado. “É o passo certo para o governo tomar. Abre espaço para novos players e torna o mercado mais atraente”, disse o executivo da petrolífera. Perguntado sobre a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, van Beurden afirmou que ainda é “prematuro” comentar a questão, mas ressaltou que tem “grande interesse” em acompanhar como o republicano formulará a política energética nos próximos meses.

Por Jornal Estado de Minas

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