Prejuízo da Gol bate recorde em 2015 e vai a R$ 4,3 bi
A companhia aérea Gol anunciou um prejuízo líquido de R$ 1,13 bilhão no quarto trimestre de 2015. Ao longo de todo o ano passado, a empresa perdeu R$ 4,29 bilhões, uma alta de 284,1% nas perdas.
O resultado de 2015 é equivalente a quase o quádruplo das perdas do ano anterior, que somaram R$ 1,1 bilhão.
Trata-se do pior prejuízo da história da Gol. O resultado também supera a maior perda anual conjunta do setor aéreo para um ano, registrada em 2012, quando todas as empresas somadas tiveram um prejuízo de R$ 3,63 bilhões.
A receita líquida da Gol somou R$ 2,65 bilhões de outubro a dezembro de 2015 e chegou a R$ 9,78 bilhões no ano fechado – ambos os resultados mostraram retrações sobre 2014.
A empresa justificou os resultados principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar, que ficou próxima de 50% no ano passado. Despesas como querosene de aviação, leasing de aeronaves e manutenção da frota são cotadas na moeda americana.
Segundo a companhia, os prejuízos acumulados refletem perdas com a variação cambial de R$ 4,48 bilhões nos últimos cinco anos, que levaram a Gol a um patrimônio líquido negativo de R$ 4,32 bilhões em dezembro de 2015.
O resultado operacional – que desconta perdas em outras áreas, como a ocasionada pela variação cambial – foi negativo em R$ 95,3 milhões no quarto trimestre, conforme o balanço da Gol. No ano, as perdas foram de R$ 183,8 milhões. Em 2014, a empresa teve resultados operacionais positivos.
Redução de voos
Além dos resultados negativos, a Gol divulgou também ontem alguns de “guidances” (objetivos) operacionais para 2016. A companhia aérea projeta uma queda na oferta de assentos, medida pela multiplicação do número de poltronas disponíveis pela distância de cada voo (ASK, na sigla em inglês), entre 5% a 8% para este ano.
A Gol espera também uma queda de 15% a 18% no total de assentos para 2016, mesma projeção para o recuo no volume total de decolagens neste ano.
A companhia projeta também um recuo de 4% a 6% no volume de decolagens nacionais no primeiro semestre de 2016.
Do Estadão Conteúdo.