Setor de serviços tem maior queda mensal

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A retração na renda das famílias e o avanço dos preços dos serviços têm levado os brasileiros a reduzir gastos do dia a dia e adiar planos de viagens. O corte nos gastos familiares foi a principal causa para o volume do setor de serviços prestados recuar 6,3% em novembro de 2015 ante igual mês de 2014, já descontados os efeitos da inflação.
É o pior resultado desde o início da série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em janeiro de 2012. No ano, a queda acumulada nesse indicador já atinge 3,4%.
Em novembro, o volume de serviços prestados especificamente às famílias encolheu 6,6% em relação ao mesmo mês de 2014, a 18ª taxa negativa consecutiva. A massa de renda real das famílias também diminuiu 12,2% em comparação a novembro de 2014. O rendimento médio mensal, por sua vez, caiu 8,8% no período.
– Houve uma queda significativa na renda, e isso se reflete no setor de serviços. O fator preço também influencia. Apesar de a renda do trabalhador estar apresentando redução gradativa, os preços continuam resistindo, não estão baixando – explica o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha.
Outro sintoma da contenção de despesas entre os brasileiros é o Índice de Atividades Turísticas (Iatur), que reúne serviços de diversos segmentos (desde passagens até alojamento e aluguel de carros). Esse indicador encolheu 1,9% em novembro na comparação com igual mês de 2014.
– Quando a moeda americana aumenta, inibe o turismo, até mesmo o interno. A passagem aérea recebe essa influência porque o combustível (querosene de aviação) é cotado na moeda americana – esclarece Saldanha.
No caso do Iatur, há ainda uma influência negativa do turismo de negócios, que também tem apresentado desaceleração nos últimos meses, ressalta o gerente.
IMPACTO ATÉ NAS TELECOMUNICAÇÕES
Até mesmo o segmento de telecomunicações, antes resistente à desaceleração na atividade de serviços, teve em novembro o maior tombo desde que o IBGE iniciou essa pesquisa mensal. O volume de serviços prestados em telecomunicações encolheu 4,7% ante igual período de 2014, devido à menor demanda corporativa e à necessidade das famílias em cortar gastos.
– Nos últimos meses, o desaquecimento dos negócios em geral provocou redução nas linhas corporativas. Nas famílias, em razão da queda do poder de compra, também há diminuição de telefonia fixa, celular e ainda da TV por assinatura, que não é um bem essencial. Os serviços de mensagem gratuitos também contribuem, são ferramentas digitais de custo zero – analisa o gerente do IBGE.
Fonte: Zero Hora – Impresso

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