Chinesa que desbancou o Uber vira sócia da 99
DiDi Chuxing lidera investimento superior a US$ 100 mi na start-up
Diretor diz que recursos serão usados para expandir o serviço de motoristas particulares, que rivaliza com o Uber
A start-up brasileira 99 (antiga 99Táxis) anunciou nesta quarta-feira (4) ter recebido investimento liderado pela empresa chinesa DiDi Chuxing, principal companhia do mercado de corridas por aplicativos no país asiático.
O valor da injeção de capital não foi divulgado, mas supera os US$ 100 milhões (R$ 322 milhões), segundo Matheus Moraes, diretor de política e comunicação da 99.
A DiDi Chuxing, que também oferece serviços como aluguel de carros, de microônibus e de test-drives via aplicativo, desbancou o Uber no mercado chinês, ao comprar sua operação no país em agosto de 2016.
A aquisição aconteceu após disputa acirrada entre as companhias, marcada por gastos com viagens subsidiadas de ambos os lados.
O duelo vai se repetir no Brasil, onde o Uber lidera o segmento de corridas de motoristas particulares por aplicativo (concorrendo com 99, Easy e Cabify) e no qual promoções para atrair clientes são frequentes.
Moraes diz que os recursos recebidos no investimento serão usados para expandir o serviço de motoristas particulares da empresa, o 99 Pop (concorrente direto do Uber).
Lançado em agosto, o 99 Pop está disponível apenas em São Paulo. Moraes diz que o objetivo da expansão é tornar o 99 o aplicativo líder no mercado de transporte do Brasil.
Além disso, o investimento também permite olhar com mais atenção o mercado da América Latina, diz Moraes. Porém ainda não há uma previsão sobre essa expansão para mais países do continente.
Segundo ele, além do apoio financeiro, a Didi também auxiliará no desenvolvimento tecnológico da 99, incorporando ao aplicativo da empresa ferramentas como “machine learning” (aprendizado de máquinas, ou seja, capacidade do aplicativo de se aprimorar automaticamente de acordo com padrões de utilização se seus usuários).
Após o investimento, a empresa chinesa passa a fazer parte do conselho de administração da 99, junto dos fundadores da start-up brasileira e dos fundos de investimento Tiger Global e Qualcomm Ventures.
Fonte: Folha de São Paulo – Impresso – Flip