Como locadoras estão salvando as montadoras e bombando vendas do VW Gol
Perspectivas para o total comercializado este ano continuam a apontar que não haverá crescimento. No máximo poderá haver empate com o resultado de 2020, salvo se o mercado mudar de humor. Até a Copa do Mundo de Futebol, de 20 de novembro a 18 de dezembro, costuma afastar os compradores das concessionárias. Justamente no período em que o mercado fica mais aquecido.
Locadoras estão salvando as montadoras
Nos próximos meses as locadoras continuarão a comprar carros básicos em sua maioria e darão sustento à produção das fábricas. Isso já aconteceu em agosto. Dados da Bright Consulting indicam que no mês passado vendas diretas atingiram 53%, um percentual recorde. As locadoras representaram 35% desse percentual, enquanto 18% couberam a frotistas ou clientes que optaram por comprar como pessoa jurídica, para aproveitar descontos.
“A crise de abastecimento de componentes arrefeceu um pouco e já não impede que o consumidor encontre o carro desejado, salvo casos pontuais”, afirma José Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
Dentro deste cenário não é uma surpresa o Gol ter liderado o mercado de automóveis e SUVs nos últimos três meses. O veterano hatch foi prejudicado pela escassez de chips como todos os outros desde o começo do ano. Quando o abastecimento começou a melhorar, sua produção retornou rapidamente pois outros modelos requerem mais chips.
Locadoras e frotistas aceleraram as compras (90% do total vendido). Em dezembro próximo o VW Gol deixará de ser produzido, embora as vendas possam continuar até março de 2023.
Tudo começou em 2021, com ações pontuais ao importar Zoe, Twizy e Kangoo.
A marca francesa acelerou agora com um evento de três dias no pavilhão Oca do Parque Ibapuera, em São Paulo, que incluiu o Renault E-Tech 100% Electric Days, o anúncio de importação no segundo trimestre de 2023 do Mégane E-Tech e o início das entregas do primeiro lote de 750 unidades do Kwid E-Tech (veja abaixo a primeira avaliação).
O novo Mégane é um crossover (misto de SUV e hatch) de linhas futuristas e porte médio: 4.210 mm de comprimento, 1.780 mm de largura, 1.500 mm de altura e um bom entre-eixos de 2.700 mm. Originalmente o carro tem rodas de 20 pol. de diâmetro, mas a versão exportada para Brasil usa aros de 18 pol. pelas condições de rodagem aqui. O vão entre rodas e para-lamas aumenta, porém a altura de rodagem permanece a mesma do modelo original.
Cinco passageiros contam com bastante espaço graças à nova bateria de 60 kW NMC (níquel, manganês e cobalto) que pesa 395 kg e é cerca de 40% mais fina dos que as de primeira geração. Durante a exposição estática do carro sentei no banco traseiro e os joelhos ficaram em ângulo confortável. Porta-malas de 440 litros é cerca de 10% menor que o modelo com motor térmico.
Posição ao volante permite ampla visibilidade.
Quadro de instrumentos de 12,3 pol. se harmoniza com a tela do multimídia que pode ser de até 12 pol. como a do carro exibido. Acabamento e revestimentos internos são de primeira linha. Motor de 220 cv e 30,6 kgf.m permite acelerar de 0 a 100 km/h em 7,4 s. Oferece quatro níveis de frenagem regenerativa. Alcance médio declarado de até 454 km (ciclo WLTP). Em oito horas um carregador de parede entrega 400 km de alcance. Se disponível um carregador DC super-rápido de 130 kW, o tempo de recarga para rodar 200 km é de 30 minutos.
Preço estimado em 2023 estará entre R$ 300.000 e R$ 350.000.
No dia a dia do tráfego em cidades todo carro elétrico se destaca. A Renault, no entanto, especificou um motor com maior potência junto a sua filial da China e acertou. Embora Kwid E-Tech pese 997 kg (30% a mais que o Kwid convencional) a sua agilidade ficou comprovada em um circuito urbano variado na cidade de São Paulo.
Na ficha técnica são apenas 65 cv e 11,5 kgf.m e com todo aquele peso poderia se imaginar que este subcompacto não teria tanta agilidade quanto um carro convencional. Pelo contrário, acelera bem principalmente ao sair da imobilidade.
De 0 a 50 km/h (velocidade máxima na grande maioria das ruas paulistanas) leva apenas 4,1 s, de acordo com a fábrica. Também recupera bem ao fazer ultrapassagens. Mas à medida que a velocidade aumenta essa vantagem desaparece. Aceleração de 0 a 100 km/h em 14,6 s é 1,4 s mais lenta que Kwid de motor a combustão de 68 cv e 9,4 kgf.m.
Segundo dados do Inmetro o alcance em uso urbano é de 298 km e em cidade/estrada, 265 km. No modo ECO a regeneração em frenagens aumenta e a potência diminui cerca de 30%. O tempo de recarga varia entre nove horas em tomada doméstica de 220 V e 40 minutos em carregador rápido, porém no intervalo entre 15% e 80% da capacidade total da bateria.
Na versão elétrica do Kwid o espaço é homologado para quatro lugares (cinco no carro convencional, porém com desconforto).
As rodas têm quatro parafusos em vez de três. O preço de R$ 146.990 inclui seis airbags (dois a mais, de cortina) e alguns equipamentos extras na versão Intense como câmera de ré, luz traseira de neblina e sensores traseiros de estacionamento. Entretanto não há rodas de liga leve nem como opcional no E-Tech. Segundo cálculos do fabricante a diferença para o modelo a combustão, que custa R$ 67.690, pode ser recuperada em três anos, desde que o elétrico rode 20.000 km/ano, em razão do custo bem menor por km incluídas as despesas com manutenção.
Trata-se de um SUV que segue a moda do estilo cupê, mas sem deixar de lado o fato de ser um Audi pelo desenho atraente, pela qualidade construtiva e por um desempenho marcantemente superior ao Q3 anterior. Agora o 2-litros turbo entrega 231 cv e 34,7 kgf.m, além da tração sob demanda quattro e do câmbio automático convencional de oito marchas. Nem há termo de comparação com o motor antes oferecido de 1,4 L e 150 cv que pode ser adequado apenas ao racional comprador europeu. Aqui, quem compra um importado pagando até quase R$ 350.000 exige motor potente, mesmo que raramente vá exigir toda a sua potência.
A posição ao volante é um dos destaques.
O acabamento mantém o alto nível da marca alemã. O quadro de instrumentos (10,25 pol.) acompanha o padrão do carro, mas a tela do multimídia de 8,8 pol. é menor do que a dos modelos da VW no Brasil, de 10,1 pol. Senti falta do carregador de celular por indução. Quem vai no banco traseiro encontra regulagem longitudinal para um pouco mais de espaço para as pernas, embora o passageiro na posição central tenha o desconforto natural do túnel da transmissão. Com o banco traseiro todo recuado o porta-malas perde pouco mais de 10% do seu volume máximo de ótimos 530 litros (inclui estepe).
Aceleração de 0 a 100 km/h em 7 s (dado do fabricante) é coerente à proposta do carro, que pode ser exigido em curvas de baixa, média e alta velocidades, além da notável precisão da direção.