Crédito para veículos ainda não fez efeito entre as locadoras

NEGOCIO

 
O efeito das medidas anunciadas mês passado pelo Banco Central (BC), com foco principal no aumento da concessão de crédito para a compra de automóveis, ficará mais para o fim do ano, segundo executivos do setor, que pintaram ontem um quadro pessimista en seminário na Firjan, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo estadual do Rio. “Esse choque de liquidez só começou a operar na última semana de agosto”, destacou Luiz Moan, presidente da Anfavea, associação da indústria automobilística. Para o executivo, o efeito é uma questão de tempo, pois alguns bancos já começaram a baixar suas taxas de juros em de 30% a 35% e algumas carteiras de crédito de instituições de médio porte já começaram a ser compradas.
Porém, conforme a ABLA, é preciso cautela com a ideia de crédito fácil e barato para automóveis. “Em 2011, isso certamente estimulou alguns novos empreendedores a se aventurarem na locação de veículos, mas as dificuldades de acesso ao crédito continuaram por conta da crise internacional”, lembra Paulo Gaba Jr., diretor de relações institucionais da ABLA e atual presidente da Fenaloc (Federação Nacional das Locadoras). Agora, em 2014, de fato o efeito das medidas anunciadas mês passado pelo BC também ainda não surtiram o efeito desejado junto ao setor de locação de veículos.
Para Paulo Gaba, da ABLA/Fenaloc, o papel dos bancos das montadoras e dos demais bancos parceiros do setor nessa engrenagem será fundamental, como é em todo o mundo. “A globalização chegou ao Brasil e, assim, as práticas internacionais e as taxas globais precisam chegar também”, diz Gaba. “A enxurrada de lançamentos feita pelas montadoras precisa ser testada e o nosso setor é o melhor parceiro para isso”, afirma. “Porém, sem crédito adequado fica impossível ao nosso setor ter acesso aos veículos, que são os instrumentos de trabalho das locadoras”.
Um dos objetivos das medidas anunciadas pelo BC foi facilitar a compra de carteiras dos bancos médios pelos maiores, operação importante para o segmento de crédito a automóveis e, portanto, facilitar os empréstimos. “No mundo todo, as vendas de automóveis dependem de crédito e havia uma contenção muito grande na concessão de financiamentos”, disse Moan, da Anfavea.
A Nissan e a PSA Peugeot Citröen, cujas fábricas ficam no Rio, na região do Vale do Paraíba, ainda não viram os efeitos das medidas do BC. “Essas medidas vão ajudar pouco a sensibilizar o consumidor final. Elas terão alguns reflexos positivos para as concessionárias”, disse Carlos Gomes, presidente da PSA. Ele classificou de “conjunturais” as medidas de incentivo ao consumo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pois “antecipam uma demanda futura”, ou seja, a venda é feita antes, mas não será feita depois.
“O carro brasileiro é o mais taxado do mundo e não tem porquê”, disse François Dossa, presidente da Nissan, que inaugurou sua primeira fábrica no Brasil em abril, em Resende (RJ). Além da fraca demanda interna, outra ameaça à indústria automotiva é a crise na Argentina, único mercado externo para os fabricantes nacionais. Gomes, da PSA, destacou que o mercado argentino cairá de 925 mil unidades em 2013 para 650 mil unidades vendidas este ano.
fonte: ABLA e O Estado De S.Paulo

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