Localiza, Unidas ou Movida: quem vai pisar no acelerador, com o aumento da demanda por carros seminovos?
Olhando para as ações de locadoras de carros listadas na Bolsa brasileira, qual tem maior espaço de crescimento? Localiza, Unidas ou Movida.
A crise global de semicondutores afeta diretamente a indústria automobilística, já que modelos mais modernos dependem desse componente. Consequentemente, a demanda teve de se voltar ao mercado de veículos seminovos, o que pode beneficiar empresas de aluguel de carros.
Olhando para as ações do ramo listadas na Bolsa, Localiza (RENT3), Movida (MOVI3) e Unidas (LCAM3) têm espaço para incrementar suas receitas com o mercado de seminovos aquecido e a mudança de comportamento do brasileiro com o carro usado, explica Valéria Vieira, head de renda variável da RB Investimentos.
As três companhias atuam tanto no segmento de aluguéis, quanto seminovos. Ou seja, há um período em que os carros são usados para locação e, na sequência, com a renovação da frota, tais veículos são destinados à revenda.
“Só levando em conta o aumento da procura por carros seminovos no mercado, as companhias do ramo devem contar com incremento nas receitas em torno de 8%. A menor desconfiança dos compradores com carros usados de empresas de alugueis também melhora humor do setor”, explica.
Quem pisa mais no acelerador?
Investidor está exposto a um portfólio mais robusto com a fusão entre Localiza e Unidas.
Pensando na ação que mais pode se beneficiar dos carros usados em alta, a especialista aponta para a fusão entre Localiza e Unidas, uma vez que a sinergia de ambas desemboca em uma frota bem maior de veículos a serem otimizados.
“Ao juntar as duas empresas, o investidor está exposto a um portfólio mais robusto e com maior presença geográfica no Brasil. A fusão também facilitará a própria renovação da frota de veículos para locação, potencializando o remanejamento de automóveis”, destaca.
Por outro lado, o cenário de curto prazo continua desafiador, à medida que a aquisição de veículos novos para renovação da frota das companhias que alugam automóveis segue comprometida pela escassez de semicondutores e também encarecimento dos custos de produção, como a crise energética global, explica a head da mesa de operações da RB Investimentos.
Na mesma toada, a Ágora Investimentos também enxerga na procura aquecida de seminovos no Brasil oportunidade de ganhos para as ações do setor. A corretora reitera sua indicação de compra da Movida, com preço-alvo de R$ 34, da Localiza, a R$ 86, e da Unidas, valendo R$ 39.
Preço-alvo elevado
BTG está otimista com fusão entre Localiza e Unidas, mas com soluções severas (Imagem: YouTube/Unidas Oficial)
Já o BTG Pactual (BPAC11), ao incorporar os últimos resultados positivos da Unidas (LCAM3) em sua análise, reiterou a compra e elevou o preço-alvo do papel de R$ 32 para R$ 36 por ação, o que implica em potencial de valorização de 44% em 12 meses.
“Vemos atualizações sobre a potencial fusão com a Localiza como o principal catalisador de curto prazo, embora a escassez de produção de veículos no país é o principal risco de curto prazo”, apontam Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Bruno Lima e Marcel Zambello.
Os especialistas mantêm a visão de que o negócio será aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), mas com restrições severas — uma frota estimada de 25 a 45 mil veículos que será alienada, o que significa 35 a 65% da frota de aluguel de carros da Unidas –, em linha com a recente revisão favorável da superintendência.
A falta de semicondutores e o aumento dos custos das matérias-primas continuam a impactar a indústria automotiva, representando o principal gargalo para a produção de automóveis e compras de veículos
No entanto, o BTG projeta uma melhora gradual ao longo dos próximos trimestres (o 3° trimestre deve ser melhor que o anterior), com normalização completa até o final do ano.
Localiza, Unidas ou Movida
Fonte: moneytimes.com.br