Marcas alemãs querem globalizar moda local do carro compartilhado
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Em vez de pagar 35 mil euros em um modelo de luxo de entrada, jovens alemães preferem gastar 20 euros para alugando o mesmo carro de uma frota compartilhada
Se tivesse que comprar apenas um carro para sua família (mulher e dois filhos pequenos), Oliver Kienzler, arquiteto de Hamburgo (Alemanha) escolheria uma perua da Skoda Octavia Scout. Em vez disso, ele preferiu seguir a tendência de vários motoristas jovens do país e apostar em um serviço de compartilhamento de carros.
Funciona assim: o motorista paga uma taxa de inscrição, mais taxas por minuto ou quilômetro rodado, e tem acesso a uma vasta frota de carros para rodar, quando quiser, sem precisar ou quiser, sem ter de arcar com despesas de seguro, estacionamento ou manutenção.
“É bobagem usar carro próprio. Traz mais dores de cabeça do que soluções”, dz Kienzler.
Basta fazer as contas: se fosse comprar um Octavia Scout, o arquiteto pagaria 30.250 euros (R$ 115.000), com prestaçõs mensais na faixa de 230 euros, incluindo seguro. No entanto, ele pode fazer uma viagem de 15 minutos a bordo de um BMW X1 pagando apenas 5,10 euros (R$ 20), Já um passeio de quatro horas em uma van Volkswagen Caddy custaria 15 euros (R$ 58).
Fabricantes entram na onda
A moda tem ganhado força na Alemanha, país europeu com o maior mercado de compartilhamento de automóveis, com 15.400 unidades preparadas apenas para esta finalidade. As fabricantes locais já entenderam o recado: cientes de que o público jovem quer cada vez mais distância do veículo próprio, marcas como BMW e Mercedes-Benz resolveram apostar pesado no serviço.
Programas como o DriveNow, da BMW, e o Car2Go, da Mercedes, permitem que motoristas das grandes cidades alemãs paguem tarifas razoáveis para dirigir modelos que não teriam condições de comprar. A ideia tem cativado especialmente os jovens: segundo a BMW, a idade média dos membros do DriveNow é de 30 anos. A Volkswagen atua de forma mais tímida, com um sistema piloto de compartilhamento do Golf na cidade alemã de Hanover, mas já estuda sua expansão.
A lógica é simples: além de ganhar dinheiro com os alugueis, as montadoras esperam que, quando clientes como Kienzler decidirem enfim adquirir um automóvel próprio, tenham ficado satisfeitos com a qualidade dos veículos que alugaram e decidam comprar um modelo daquela marca.
Internacionalização
Prevendo um bom potencial de negócio, BMW, Mercedes e Volkswagen já vislumbram levar o modelo do carro compartihlado para outros países: a Daimler realiza testes com o Car2Go em Montréal (Canadá), Milão (Itália) e Columbus (Estados Unidos); a BMW montou uma equipe só para trabalhar em assuntos ligados à liberação de vagas de estacionamento para veículos compartilhados em diversos países; a Volks está implantando projetos pilotos na Holanda e também na China.
Fonte: UOL Carros