O que BH ganha com os Jogos Olímpicos do Rio?
O Rio de Janeiro recebe entre os dias 5 e 21 de agosto deste ano um dos maiores eventos esportivos do planeta, os jogos olímpicos. Serão 15 mil atletas de 205 países. Estima-se que aproximadamente 5 bilhões de espectadores acompanhem as competições ao redor do mundo e 500 mil estrangeiros desembarquem na cidade. Os números são animadores para o segmento turístico, mas a 430 quilômetros de distância, o que Belo Horizonte pode ganhar com essas estimativas?
De acordo com o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, os Jogos Olímpicos podem incentivar estrangeiros a visitar outras cidades além do Rio e o revezamento da Tocha Olímpica, que terá início em maio e vai percorrer 300 cidades de todo o país, poderá contribuir na promoção de outros municípios brasileiros. Em Minas Gerais, oito lugares receberão a Tocha: Belo Horizonte, Curvelo, Governador Valadares, Itabira, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas e Uberlândia. “Queremos fazer com que a Olimpíada não seja só da cidade do Rio, mas que o turista possa interagir com o Brasil todo”, afirmou o ministro em entrevista para o Jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo.
Além disso, o estado mineiro ainda tem suas potencialidades turísticas por si só, como as cidades históricas e o Centro de Arte Contemporânea do Inhotim, que sempre atrai turistas do mundo todo. É bom lembrar que com a alta do dólar a tendência é o país receber ainda mais estrangeiros e aquecer o mercado turístico interno.
Porém, o melhor é não criar expectativas. Alguns empresários do segmento de locação sempre lembram a decepção que os números da Copa do Mundo representaram, em 2014. “Sinceramente, não acredito que os jogos olímpicos irão impactar nosso negócio em Minas Gerais. Além da experiência do mundial ter sido muito ruim, o cenário econômico e social do Brasil não oferece muita animação”, afirma Leonardo Soares, Presidente do SINDLOC-MG.
Para a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis – Abla, o aquecimento do mercado será pontual e atingirá somente o Rio de Janeiro. A entidade estima que o volume de locações diárias de automóveis tenha um aumento de pelo menos 15%na capital, durante o evento. “A Copa do Mundo de 2014 privilegiou 12 cidades-sede, e, durante 90 dias, incluindo 30 antes e 30 depois do evento, não houve circulação de pessoas no resto do Brasil. Acabou sendo decepcionante para o setor. Mas os Jogos Olímpicos terão um público mais concentrado, além de mais elitizado, o que deve favorecer as empresas do Rio”, diz Paulo Nemer, presidente do Conselho Nacional da Abla.
Enquanto isso, as vendas de produtos ligados aos jogos, como os mascotes Vinícius e Tom, bonés e sandálias, têm surpreendido o comitê organizador. As lojas dos Jogos Rio 2016 têm vendido 15% acima do esperado, com previsão de aumento de 20% até a chegada do evento. A procura resultou na abertura de novos espaços.
Os ingressos, por outro lado, já não estão fazendo tanto sucesso assim. Até o final de janeiro, 3 milhões de entradas de um total de 7,5 milhões foram vendidas. Os campeões de procura pelo público foram a cerimônia de abertura e a cerimônia de encerramento. Os esportes com demandas mais alta foram vôlei, vôlei de praia, basquetebol e futebol. Mas por enquanto, ingressos esgotados mesmo somente para as modalidades Tênis, judô e natação.
Por Leandro Lopes, da Revista SINDLOC-MG.