Se entendermos que melhor para companhia é reduzir frota, faremos, diz CEO da Movida

O presidente da Movida, Renato Franklin, defendeu que o foco da locadora de veículos neste ano está na geração de valor com os ativos do grupo e não crescer frota.

A visão do executivo é de que o nível de frota atual da empresa está positivo, assim como a idade média. Com isso, o grupo pode esperar e barganhar oportunidades no mercado. A empresa fechou o ano passado com uma frota de aluguel de carros (RAC) de 111,6 mil carros, alta de 23,1% na comparação com 2021.

“Não temos pressão de crescimento neste ano. Se a gente entender que o melhor para a companhia é reduzir frota, podemos. Compromisso é geração de valor, maximizar a eficiência operacional. O ano será de fluxo de caixa positivo”, disse, durante teleconferência para apresentar os resultados do quarto trimestre do ano passado, nesta terça-feira (7).

O executivo explicou ainda que a empresa tem conseguido melhorar as negociações com montadoras, embora os níveis de descontos e prazos sigam acima do pré-pandemia.

“Temos visto algumas oportunidades próximas [de desconto]. A gente acredita que tem mais oferta para venda direta. O varejo está sofrendo no cenário macro, com credito restrito, isso ajuda a gente. Nossa frota nova nos permite ficar seletivo e esperando essas oportunidades, forçando a indústria a chegar no que a gente quer, que é no pré-pandemia”, disse.

Franklin defendeu que o segmento de aluguel de carros (RAC, na sigla em inglês) da empresa foi negativamente afetado pela provisão de perdas de crédito de PIS/Cofins que o grupo teve de fazer no quarto trimestre. Segundo os executivos, dos cerca de R$ 60 milhões provisionados, R$ 43 milhões entraram no RAC, pressionando as margens do segmento.

O resultado do RAC foi um dos pontos mais criticados nos comentários de analistas acerca dos números do quarto trimestre.

Outro ponto que chamou a atenção dos analistas foi o aumento da depreciação, que foi para 10,3% no quarto trimestre no RAC, contra 4,2% em igual trimestre de 2021. “Esse aumento, sobretudo no RAC, é por causa do ciclo de transição do mix da frota e normalização do mercado de seminovos”, explicou o novo CFO da empresa, Gustavo Moscatelli.

Moscatelli defendeu que a taxa de depreciação do RAC pode ser beneficiada pela estratégia da empresa de alongar a vida útil de parte da frota, assim como pelo melhor preço da compra de carros.

Sobre o alongamento da vida útil da frota, ele se dará na parcela que foi comprada nos últimos 12 meses antes do segundo trimestre de 2022, o que abraça um total de 54 mil carros (24% da frota total) com ticket médio mais elevado, de R$ 90 mil.

“As compras realizadas nos últimos dois trimestres já estão com ticket médio adequado para o seguimento”, disse. No quarto trimestre de 2021, o ticket médio foi de R$ 73 mil, com um mix mais forte de carros populares.

Já o CEO da empresa defendeu que o início de ano foi positivo para o setor, com forte demanda. O desafio, entretanto, continuará sendo os níveis de ocupação. “O Carnaval foi forte [para demanda]. Tivemos um bom janeiro. A taxa de ocupação que vai ser penalizada pela antecipação de compra que fizemos, assim como foi no quarto trimestre”, disse.

O executivo explicou que a antecipação de compra de frota veio diante de boas oportunidades, o problema é que essa antecipação elevou a parcela não operacional da frota. “Vamos trabalhar para melhorar esse número”, disse.

Mercado

O presidente da Movida também defendeu que o cenário competitivo do mercado de locação de veículo de hoje não se alterou e permanece favorável a todos os players. O setor tem passado por fortes transformações após a conclusão da aquisição da Unidas pela Localiza e a compra de parte dos ativos da antiga Unidas (desinvestimento feito a pedido do Cade) pela Ouro Verde — controlada pela Brookfield — e que passou a operar sobre a marca Unidas.

“A gente sempre reforça que os fundamentos do mercado continuam sólidos. A demanda está forte e temos muita gente querendo alugar carro pela primeira vez. Temos ganhado market share, mas não é a estratégia de crescimento. O mercado, hoje, é maior do que a oferta. O aumento de preço acaba ditando velocidade de crescimento. Se a gente segura o aumento de preço, capturando eficiência por meio de outras alavancas, conseguimos atrair mais clientes”, explicou.

O executivo disse que o mercado continua no mesmo nível de competição desde a criação da Movida. “Tem clientes para todos os players”, disse.

Já o CFO da empresa comentou que a revisão de contratos do segmento de gestão e terceirização de frotas (GTF) avançou com sucesso. “No GTF, o yield [rendimento] médio era de 2,3%. Conseguimos trazer para 2,8%, o que já entrega TIR entre 17 e 19. Já está na minha visão em rentabilidade bastante adequada. O que tem para renegociar daqui para frente é marginal. O que teremos é gestão diferenciada na entrada de novos contratos para eles entrarem com gestão correta”, disse.

Moscatelli deu ainda mais detalhes sobre a estratégia de alongar a vida útil de parte da frota, que abraça 54 mil carros. “Essa estratégia vai ter benefício na taxa de depreciação. A taxa que a gente tem é maior do que a gente espera que vai cair o preço dos carros nos próximos 18 meses. Essa é a razão. Por outro lado, a gente tem, nos últimos dois trimestres, quase 33 mil carros já comprados com depreciação abaixo de 10%, entre 8% e 6%”, disse.

Fonte: valor.globo.com

Se entendermos que melhor para companhia é reduzir frota, faremos, diz CEO da Movida
Veja o relato da Movida em https://lnkd.in/dYRBY-2i
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