Zazcar, de compartilhamento de carros, recebe aporte da Inseed
SÃO PAULO · (Atualizado às 11h11) A Zazcar, empresa de compartilhamento de carros, recebeu aporte do FIP Inseed FIMA, fundo de inovação em meio ambiente, gerido pela firma de venture capital Inseed Investimentos, no valor de R$ 7,5 milhões em troca de participação minoritária na companhia ·· em percentual não revelado.
Segundo o sócio-fundador da Zazcar, Felipe Barroso, a maior parte do aporte vai ser usada para expandir a frota de veículos da empresa em São Paulo de 130 unidades para 400 carros, nos próximos 12 meses. Outra fatia dos recursos será aplicada em investimentos de marketing e contratação da equipe.
“O aporte nos permite manter o foco no crescimento, imprimido nos últimos 16 meses, desde o lançamento de nossa tecnologia proprietária, e tirar proveito de um cenário de expansão”, afirmou Barroso.
Nos últimos quatro meses, a Zazcar ampliou a presença em estacionamentos na cidade de São Paulo, de 60 para mais de 100 pontos de retirada e devolução de veículos, enquanto a frota subiu de 65 para 130 carros.
A empresa também investiu em tecnologia, ,com o lançamento de um aplicativo para Apple Watch, que permite, por exemplo, localização e destravamento do veículo disponível mais próximo.
“O impacto da economia compartilhada vem se mostrando cada vez mais positivo para a sustentabilidade das cidades, e o fundo Inseed FIMA dará o suporte necessário neste momento de crescimento acelerado da Zazcar para a expansão de seus serviços e benefícios na cidade de São Paulo”, disse o executivo Bruno Profeta, da Inseed Investimentos.
Primeira empresa de compartilhamento de carros da América Latina, a Zazcar foi criada em 2009. Os carros podem ser selecionados e acessados a qualquer hora por meio de um processo feito inteiramente por meio dos aplicativos Zazcar para smartphones Android, iOS e Apple Watch.
Segundo o sócio-fundador da Zazcar, o modelo de negócio da empresa foi ajustado para que a operação pudesse crescer sem gargalos. “Após chegar aos 400 carros em São Paulo, o plano é ter uma segunda rodada de investimento, antes de expandir para outras praças”, afirmou.
O executivo reconheceu que a Zazcar patinou nos cinco primeiros anos de atuação, até 2014, quando permaneceu com uma frota estagnada em 60 carros. Segundo ele, nos anos de 2009 e 2010, a empresa operou de forma piloto, para conhecer a demanda. E a partir de 2011, quando a operação ganhou escala, surgiram alguns obstáculos.
A capacidade de distribuição era limitada pelo uso de um cartão, em vez de aplicativos móveis, para dar aos usuários acesso aos veículos; a tecnologia embarcada nos carros era importada, o que inflava o custo da operação; e o próprio modelo de ter frota própria demandava alto capital.
“Tomamos medidas para tornar nosso negócio mais leve. Terceirizamos a frota e usamos os recursos para desenvolver o aplicativo e nossa própria tecnologia embarcada nos carros. Isso abriu espaço para atrairmos o investimento da Inseed e partir para um ciclo de expansão mais acelerada”, afirmou o presidente da Zazcar.
O executivo admitiu também que a empresa enfrenta hoje concorrentes que não existiam em 2009, como as plataformas Uber e Cabify, e mesmo as locadoras tradicionais de veículos, como Localiza, Movida e Unidas, que lançaram em 2017 serviços de locação fracionada dentro do dia.
“Mas acreditamos que atuamos em um nicho próprio, do usuário que busca um carro por mais de uma hora e menos de 24 horas. Independentemente disso, o próprio público usuário desse tipo de serviço está crescendo”, afirmou Barros, que estima uma demanda potencial apenas em São Paulo entre 200 mil e 400 mil usuários.
Gerido pela Inseed Investimentos, o Fundo de Inovação em Meio Ambiente (FIMA) foi criado pelo BNDES em 2012. Com RS 165 milhões em capital comprometido, o fundo é destinado a empresas inovadoras em estágio inicial capazes de gerar impacto ambiental positivo.
A Inseed Investimentos, criada em 2009, é uma gestora de recursos focada em empresas inovadoras com alto potencial de crescimento que possui hoje RS 485 milhões sob gestão.
Fonte: Valor Econômico | Por João José Oliveira – 15/01/2018 às 14h42