Alta da Selic encarece a compra de carros novos
Em sua décima primeira alta consecutiva, a taxa Selic passou de 12,75% para 13,25% no dia 15 de junho, estabelecida pelo Copom (Comitê de Política Monetária).
Entre outros fatores, a alta dos juros tem um impacto direto na aquisição de veículos. Para carros 0km (zero quilômetro), a taxa já chegou a média de 26,5% ao ano, de acordo com o Banco Central, com menor impacto no mercado de seminovos.
David Pereira, superintendente da Porto Seguro Carro Fácil, empresa de assinatura de veículos da Porto, explica que a alta da Selic afeta todas as operações de crédito no país, encarecendo as transações de financiamento automotivo. “Considerando que no Brasil 40% das vendas de veículos zero quilômetro são financiadas, o impacto no mercado é considerável”.
Os financiamentos representam cerca de 70% das vendas no segmento de seminovos, motivo pelo qual a taxa de juros desempenha um papel de destaque em 2022, conforme informações de Enilson Sales, presidente da Fenauto, publicadas pelo AutoData.
De acordo com uma análise publicada pelo jornal O Tempo, os modelos mais vendidos do país valorizaram, em média, R$ 5 mil entre dezembro de 2021 e maio deste ano. Ao lado da valorização dos seminovos, a taxa de juros ao mês, que passou de 1,53% para 1,98% entre abril de 2021 e 2022, conforme indicativos da Bolsa de Valores, dificulta o sonho da aquisição de um carro novo.
A alta nos preços dos carros já superou o avanço da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Neste ponto, segundo Pereira, os consumidores vêm explorando alternativas no mercado para ter acesso a um veículo novo, como a assinatura de carros.
“A assinatura de veículos pode ser uma alternativa atrativa, principalmente neste momento de incertezas, porque concentra em uma única mensalidade todos os custos, depreciação e as dores de cabeça que um carro pode trazer, como compra e venda, seguro, manutenção entre outras”, afirma. “Pensando pelo lado financeiro, a assinatura de veículos também pode trazer vantagens, seja para o cliente não precisar gastar parte da sua reserva financeira em um carro novo, ou para aumentar a reserva na troca do carro atual por um outro zero, mas por assinatura. Com os rendimentos atuais em renda fixa, trocar um ativo que deprecia todo ano por uma aplicação com bom rendimento torna-se uma opção viável – beneficiados pela alta da Selic -, o que contribui para tornar a assinatura imbatível”, considera.
Assinatura versus Aluguel de Veículos
Segundo Pereira, é comum que surjam dúvidas a respeito da diferença entre o aluguel e a assinatura de veículos. “A principal distinção entre as duas modalidades [aluguel e assinatura] é a duração e o fato de que, na assinatura, sempre são negociados carros 0 km”, esclarece.
“Além disso, a assinatura de veículos é uma contratação de longo prazo – que pode variar entre 12 e 24 meses. O consumidor sempre recebe um carro zero, de acordo com o contratado, inclusive com opcionais”, diz ele.
De acordo com o superintendente da Porto Seguro Carro Fácil, o consumidor que avalia a possibilidade de aderir à assinatura de veículos deve considerar alguns elementos, como o fato de que a modalidade não permite sua utilização para motoristas de aplicativos.
De modo geral, prossegue Pereira, a assinatura de veículos exige um contrato de duração mais longa, de até dois anos. “No final do contrato, ao renovar o cliente recebe um novo carro 0km. Não só o único gasto que a pessoa terá será a gasolina, mas existem outros benefícios, como ConectCar já instalado no carro com a mensalidade paga, entre outros”, acrescenta.
Fonte: Broadcast
Alta da Selic encarece a compra de carros novos
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