Alta do preço dos carros usados impacta empresa e consumidor

A Localiza Seminovos destaca em nota que a alta de preços dos carros, aliado ao aumento considerável das taxas de juros, da inflação e dos preços do veículo novo no Brasil, teve impacto nas vendas e locação de veículos da empresa. 

Você que pensa em comprar um carro usado para fugir da alta nos preços dos automóveis zero km, saiba que o mercado dos seminovos também está em baixa. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, foram licenciados 129 mil veículos em fevereiro em de 2022. O que representa uma forte queda de 22,8% no comparativo com o mesmo fevereiro de 2021. No entanto, os preços não recuaram.

Seminovos

Os grandes responsáveis foram os veículos seminovos (de 0 a 3 anos). Com variação média de 2,96% do preço, e os carros usados (de 4 a 10 anos). Com alta de 1,87% em média. Já os carros zero km sofreram variação de apenas 0,25%. Ou seja, os preços dos veículos zero km sofreram uma variação de +0,36% nos modelos 2022. Enquanto os 2021 não tiveram variação expressiva.

Esse cenário é bem inferior ao demonstrado durante todo o ano de 2021. Os modelos 2022 variaram 1,67% e os modelos 2021, 1,09% em média por mês. Em relação aos seminovos, com até três anos de uso. Os modelos 2020 foram os que mais subiram de preço em fevereiro: 4,21% em média. Já em relação aos carros usados, entre 4 e 10 anos de uso, a variação de 1,87%. É o que aponta o Monitor de Variação de Preços da KBB Brasil, empresa especializada em preço de veículos novos e usados.

De acordo com Luiz Felipe Lavieri Venturini, consultor automotivo e proprietário do Acha Carro Consultoria Automotiva. A alta dos preços dos carros usados e 0 km se deve a instabilidade da oferta e demanda no mercado automotivo. “Já temos uma tendência de estagnação no mercado. Basicamente pelo lado da oferta ainda a falta de peças no mercado automotivo. O que faz os preços dos 0 km continuarem subindo. E consequentemente quem não consegue comprar zero, passa a comprar usado. Por isso o preço dos usados também aumentam”. Luiz afirma que já existe um movimento para tentar baixar os preços. “Aumento da gasolina, elevação da taxa Selic, o que contribui pra dificuldade na contração de crédito, aumentando a taxa de financiamento e fazendo o consumidor dar uma segurada na compra, São motivos pra pressionar o preço pra baixo”.

Localiza

A Localiza Seminovos, uma rede brasileira de lojas especializadas em vendas de carros seminovos, tendo lojas em São Caetano e Santo André, destaca em nota que a alta de preços dos carros semicondutores, aliado ao aumento considerável das taxas juros, da inflação e dos preços do veículo novo no Brasil, teve impacto nas vendas e locação de veículos da empresa.

Fabio Zveibil, da Creditas Auto, uma empresa nacional de revendedora de carros usados, com uma loja localizada no Shopping São Bernardo Plaza, explica que a instabilidade no mercado impactou diretamente o setor de carros usados e seminovos da empresa. “A oscilação do câmbio e outros fatores macroeconômicos que influenciam no preço dos combustíveis, por exemplo. Resultaram em um mercado menos aquecido no início de 2022. A previsão para o segundo semestre é mais otimista. A estabilização das taxas poderá gerar uma expectativa positiva em relação ao fechamento do ano.”

Luan Santos Silveira, de 20 anos, estudante de TI e morador de São Bernardo, diz que vai pensar duas vezes antes de comprar um carro. “Estava pensando em comprar um novo esse ano. Olhei os preços e estava muito caro, optei então em ver os carros usados, está a mesma coisa. Agora vou voltar a pensar em carro só mais pra frente”, conclui.

Na última quarta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, divulgou os dados do IPCA em abril. A compra e venda de carros usados registraram a primeira queda após 21 meses em alta. De acordo com o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o mercado de usados teve queda de 0,47%. Em contrapartida, os automóveis 0 km registraram novo aumento de preço, de 0,44%.

Fonte:  metodista.br