Carro popular: Anfavea quer também benefício fiscal para as locadoras
Os fabricantes de automóveis brasileiros querem ampliar os benefícios do programa de renúncia fiscal do governo federal que garante descontos em carros populares para pessoas jurídicas.
A medida seria boa para a indústria, que desocuparia mais rapidamente seus pátios, mas principalmente o é para as locadoras de automóveis.
Elas compram cerca de um terço da produção de veículos novos e têm descontos diretos que podem chegar até a 30% do valor real cobrado numa concessionária. E ainda os revendem, geralmente após um ano de uso, pelo preço de mercado.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a associação que reúne as montadoras, diz que deve haver “isonomia” no benefício, sim. Pondera, no entanto, que espera que o benefício – limitado a R$ 500 milhões em renúncia fiscal para acabar – possa ser usado só por pessoa física. Ele diz não ter ainda informações suficientes para avaliar o impacto das medidas nas vendas de modelos 0km,
O programa de benefícios fiscais para impulsionar a venda de automóveis e veículos pesados já teve a adesão de 9 montadoras de carros. E também 10 de ônibus e caminhões. O primeiro balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgado pela manhã, mostra que o setor já pediu R$ 150 milhões em créditos tributários. O programa prevê até 1,5 bilhão, incluindo ônibus e caminhões, que deve ser usado em descontos para o consumidor.
Lima Leite participou da abertura da 1ª edição do evento Anfavea – Conduzindo o futuro da eletrificação no brasil”, que acontece nesta quarta-feira (14), em Brasília.
Já o ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, também fez promessas ao setor automotivo – com um viés ambientalista. Disse, por exemplo, que o governo, via Casa Civil, está terminando um projeto de lei para dar incentivos fiscais para aumentar os investimentos em energia limpa. Com isso, disse ele no evento, o país poderá ter metas para descarbonizar a produção de energia.
Silveira quer “incentivar” o uso do etanol, elevando a participação dele nas bombas. Por não compensar financeiramente, apenas três em cada 10 carros são abastecidos com etanol.
Minissalão
O evento no Centro de Convenções Ulysses Guimarães praticamente se tornou minissalão de eletrificados. A Toyota, por exemplo, levou vários veículos – como uns dos primeiros híbridos flex do mundo, o Corolla Cross.
Apresentou, também, o híbrido plug-in RAV4, um Lexus UX300e, 100% elétrico e o primeiro movido a célula de combustível do mundo, o Mirai. A Mercedes-Benz levou o EQ Electric Intelligence e EQA 250, modelo de entrada da marca no universo dos elétricos. Também apresentou o Mini Cooper S elétrico. A Hyundai levou o Kona. A Audi, o e-Tron. A BMW, o iX. Sem falar nos caminhões e vans eletrificados de várias marcas.