Tendências: nanolocação e carsharing
Levando em conta a flexibilidade, comodidade e a economia, quando comparado ao uso de carros de aplicativos e táxis, a locação de veículos por menos tempo vem ganhando espaço no mercado da mobilidade em 2023. É o caso da locação de automóveis por meia-diária, tendência também conhecida como nanolocação.
O serviço tornou-se uma alternativa atraente e econômica para quem deseja um automóvel por um período menor que uma diária.
Ao contrário dos serviços tradicionais de aluguel de veículos, a meia-diária faz jus ao nome e disponibiliza o carro por períodos mais curtos, que variam de acordo com as empresas, mas costumam ir até 12 horas. “A meia-diária vem suprir uma necessidade real do usuário que é ter um carro disponível para um compromisso específico, como uma reunião, uma viagem curta, uma mudança, sem a complicação do modelo tradicional”, explica Thaís Augusta, gerente comercial da V1 Aluguel, que atua no estado do Espírito Santo.
A crescente busca pela nanolocação já é uma realidade na locadora, chegando a figurar entre o faturamento da empresa. “Esse serviço já representa aproximadamente 18% do total de locações do nosso negócio. Pode parecer um percentual baixo, mas é uma modalidade muito recente e que já interessa nosso público”, comentou Thiago Pinheiro, coordenador de operações da V1.
Além da nanolocação, a locadora também aderiu ao carsharing, modelo de locação muito popular em outros países e que vem conquistando terreno no Brasil.
Alugar um automóvel de forma totalmente automatizada é possível neste sistema. Geralmente a transação é feita por um aplicativo e o cliente paga apenas pelo trajeto que irá fazer, tendo o combustível já incluso no período contratado – que pode ser a partir de fração de hora. Todo processo, desde a locação até a entrega do veículo em uma base da locadora, pode ser feito sem interação humana.
Thaís acredita que a desburocratização do processo de locação também tem chamado a atenção dos clientes. ”Ao pensar em locação, as pessoas imaginam agendamento com antecedência, filas, balcões, assinar papelada. Além da locação ser totalmente online, por um aplicativo de celular, o cliente tem a opção de locar por um período específico. E ainda pode retirar o carro em minutos, após aprovação do cadastro”, explicou a gerente.
No Rio de Janeiro, a nanolocação ainda é um movimento sutil.
Daniel Bittencourt, diretor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) no estado, afirma que, atualmente, esse modelo é mais expressivo do que a nanolocação. “É algo mais inovador e radical que a nanolocação, apesar de estar ligada ao formato de locação por menos tempo”, pontuou o gestor.
As locadoras tradicionais, por exemplo, estão optando pelo carsharing. A Velo-City, primeira empresa a operar o modelo no estado, é uma das locadoras que apostam no sistema de aluguel automatizado. “No Brasil temos dois modelos muito comuns no carsharing: o roadtrip, onde o cliente retira o carro em uma base da empresa e precisa devolver o veículo na mesma unidade; e o free floating, no qual o cliente pode fazer a retirada e devolução do veículo em unidades distintas da locadora. A Velo-City trabalha com o segundo formato”, explicou Bittencourt, que é cofundador da locadora.