Profissionalização impulsiona locação de máquinas
Profissionalização impulsiona locação de máquinas e aponta caminhos para o futuro do setor
Mesmo com leve retração prevista para 2025, mercado se fortalece com gestão mais eficiente e novos modelos de negócios
O mercado brasileiro de locação de máquinas e equipamentos vive um período de consolidação. A busca por gestão mais profissional, eficiência operacional e segmentação de serviços tem marcado a evolução do setor, que deve registrar em 2025 uma leve retração — entre 5% e 10% abaixo do faturamento de 2024. Apesar disso, as perspectivas de médio e longo prazo seguem positivas.
Segundo Paulo Esteves, presidente da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (ANALOC), segmentos como agronegócio, mineração, energia, saneamento e infraestrutura continuam impulsionando a demanda.
“Hoje o Brasil tem cerca de 50 mil empresas de locação, que movimentam R$ 70 bilhões por ano. A maioria ainda atua em modelo familiar, o que reforça a necessidade de maior profissionalização”, observa Esteves. Ele destaca que a entidade conduz, em parceria com a Sobratema e a KPMG, um mapeamento inédito do setor que deve apoiar esse avanço.
Mudança no perfil de compradores
O segmento de guindastes e plataformas de trabalho aéreo ilustra bem essa transformação. Antes dominado por construtoras, o mercado passou a ser liderado por locadoras especializadas. Dados da Sobratema e da ANALOC mostram que entre 90% e 95% das vendas desses equipamentos hoje são destinadas a empresas de locação.
Essa tendência acompanha o movimento global de terceirização de ativos pesados. Em países como Estados Unidos, Europa e Japão, cerca de 60% das vendas de equipamentos de construção já vão para locadoras. No Brasil, a locação de equipamentos passou de 15% para 30% do total de máquinas vendidas na última década.
Impactos da reforma tributária
A reforma tributária prevista para 2026 também deve trazer mudanças importantes. A carga das locadoras pode subir de 10% para algo entre 12% e 14% da receita bruta, exigindo reorganização. “A maior parte das locadoras está no Simples Nacional, mas deverá migrar para o Lucro Real. O novo sistema, baseado no IVA, cria desafios, mas também abre espaço para ganhos de eficiência”, explica Esteves.
Na visão de Leônidas Ferreira (Leo Sisloc), diretor da Sisloc Softwares e presidente do Ecossistema LocadoresBR, a reforma não deve reduzir a atratividade da locação. “O rental oferece vantagens únicas, como disponibilidade de máquinas, manutenção e acesso a novas tecnologias. As empresas vão continuar focadas em seus negócios principais e recorrendo à locação para atender suas demandas”, afirma.
ANALOC Rental Show 2026 discutirá os rumos do setor
De 6 a 8 de julho de 2026, o Expo Center Norte, em São Paulo, será o palco da ANALOC Rental Show, evento voltado a pequenos e médios locadores. Fabricantes, fornecedores, especialistas e empresários de todo o país se reunirão para debater tendências, trocar experiências e impulsionar a competitividade do setor.
“Estamos diante de um mercado que precisa dar um passo além para sustentar sua competitividade. A feira será uma oportunidade de discutir rumos, gestão e tecnologia para transformar a realidade dos locadores”, afirma Reynaldo Fraiha, diretor da feira.
O evento é resultado da parceria entre a ANALOC e o Grupo LocadoresBR e promete se consolidar como o principal ponto de encontro do segmento no país.
Site: www.analocrentalshow.com.br
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