Turbi completa 6 anos
A Turbi, locadora de veículos 100% digital, completou 6 anos em 31 de agosto e chegou a 1 milhão de viagens possibilitadas por meio de sua tecnologia. Neste ano, a startup prevê um faturamento de R$ 200 milhões, registrando crescimento de mais de 80% nos últimos 12 meses.
O CEO e fundador, Diego Lira, trabalhava no mercado financeiro desde 2006, quando entrou para a faculdade de administração de empresas. Mas a sua trajetória só trouxe a experiência de avaliar empresas de forma distanciada. “Era na tela, na planilha, eu não ia até as sedes para saber o que acontecia por trás dos números”, relembra. A curiosidade fez com que ele começasse a trabalhar com consultoria, e daí veio a vontade de empreender.
Foi o ex-colega de trabalho Daniel Prado que o apresentou a ideia de locadora digital de veículos. Com a experiência que adquiriu acompanhando Movida e Localiza desde que abriram capital, sabiam que era um mercado promissor.
Eles se tornaram sócios, levantaram capital com familiares e amigos e, sem qualquer background de tecnologia, começaram o projeto da Turbi.
Para superar o desafio das primeiras contratações de desenvolvedores, Lira entrava em contato com altos executivos para chamar para entrevistas de emprego e depois revelava que não tinha como pagar o salário que pediam, mas que precisava de ajuda para entrevistar os profissionais de tecnologia. Ele conta que os cinco primeiros funcionários da Turbi foram contratados com o auxílio desses executivos – atualmente, a startup tem 153 colaboradores.
Com R$ 130 milhões de receita até o momento no ano, a startup projeta que chegará aos R$ 200 milhões até o fim de 2023. “Estamos caminhando nesse sentido, os investidores estão felizes, o conselho está contente com a execução, mas precisamos seguir sem novidades ruins do governo, sem novas recuperações judiciais no varejo”, pontua Lira.
Se no início da operação a Turbi sublocava carros por falta de capital para comprá-los, desde outubro de 2022, quando emitiu R$ 106 milhões em debêntures, a empresa começou a montar uma frota própria. Em maio deste ano, a startup seguiu a estratégia de captação por dívida e estruturou um FIDC de R$ 81 milhões.
A frota total conta com 4 mil veículos que podem ser locados em mais de 400 estacionamentos parceiros que funcionam 24 horas na grande São Paulo.
A startup oferece uma nova possibilidade de locação para os usuários, que podem contratar o serviço, retirar e devolver os veículos utilizando um aplicativo. Lira diz que os players tradicionais estão tentando se mexer para incrementar a tecnologia, mas acredita que a velocidade pode não ser suficiente para acompanhar as demandas dos clientes.
“As empresas não são assassinadas, elas se suicidam. Nós somos lancha, somos leves, nascemos tech, enquanto eles são transatlânticos, fazem a curva mais devagar. Meu desafio é não deixar que fiquemos pesados”, declara.
O CEO afirma que ainda há muita penetração no mercado e que não será um player – inovador ou tradicional – que vai resolver todos os problemas de mobilidade.
Como exemplo para a facilidade na implementação de novas ideias, Lira cita que no início a Turbi só possibilitava o aluguel de veículos por hora. Mas os clientes pediam outras opções e 11% dos que deixavam de utilizar os serviços da startup iam atrás de carros por assinatura. A empresa então passou a oferecer locação diária, semanal, mensal e anual. “Fizemos do jeito que dava, lançamos como MVP em dezembro e só em março saiu a versão final. Hoje, a assinatura representa 30% da nossa receita”, conta.
Primeiro da família a empreender, Lira não pensa em abrir uma nova empresa no futuro próximo. Dessa forma, segundo ele, seu ciclo na Turbi está longe de acabar. “Tenho plena convicção de estar aqui por 10, 15 anos. Descobri uma vocação para empreender. Talvez eu goste de sofrer, mas é algo que eu amo fazer, me faz sentir vivo”, finaliza.
Fonte: revistapegn.globo.com
Turbi completa 6 anos e prevê um faturamento de R$ 200 milhões neste ano