Vendas diretas sustentam crescimento de emplacamentos
Vendas diretas sustentam crescimento de emplacamentos em 2025
As vendas diretas se tornaram o principal motor do mercado automotivo brasileiro em 2025. Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os emplacamentos de janeiro a agosto somaram 1,668 milhão de unidades, alta de apenas 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, esse resultado só foi possível graças ao avanço expressivo das vendas diretas, que cresceram 12,9% no período. Já o varejo apresentou retração de 4,3%.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, destacou que o desempenho mostra uma mudança de perfil no consumo. “A média diária de vendas em agosto foi de 10,7 mil unidades, abaixo do registrado em 2024, o que acende um alerta para o último quadrimestre do ano. Sem o crescimento das vendas diretas, os números seriam ainda mais preocupantes”, afirmou.
Em agosto, o mercado interno manteve estabilidade, mas com maior participação de importados e dos canais de vendas diretas.
Foram emplacados 225,4 mil veículos, resultado próximo ao de 2024. Entre os importados, houve destaque para a China, que pela primeira vez ultrapassou a Argentina como principal origem de veículos trazidos para o país.
Do lado da produção, o cenário foi sustentado pelo desempenho das exportações. As fábricas brasileiras produziram 247 mil veículos em agosto, crescimento de 3% em relação a julho, embora 4,8% abaixo do mesmo mês do ano passado. O destaque ficou para as exportações, que alcançaram 57,1 mil unidades, melhor resultado desde 2018. A Argentina respondeu por 59% dos embarques.
Apesar dos sinais positivos nas vendas diretas e nas exportações, alguns segmentos enfrentam dificuldades.
O setor de caminhões, por exemplo, registrou em agosto a primeira queda no acumulado do ano, de 1% em relação a 2024, refletindo juros altos, inadimplência e desaceleração econômica.
Com esse quadro, a Anfavea projeta um fim de ano desafiador. As vendas diretas seguem como fator decisivo para manter os emplacamentos em crescimento, enquanto o varejo ainda não dá sinais consistentes de recuperação.
Vendas diretas sustentam crescimento de emplacamentos em 2025