Setor automotivo investiu R$ 21 bi em inovação, diz Mdic
O setor automotivo investiu R$ 21 bilhões em pesquisa e inovação de 2013 a 2016, durante a maior parte da vigência do Inovar Auto, afirma o Ministério da Indústria (Mdic).
A política industrial para o setor automotivo passa pelo escrutínio do governo, que avalia se estende por mais tempo benefícios tributários a montadoras em troca de investimentos em tecnologia.
O programa foi lançado em 2012, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, e expira no próximo dia 31.
Reunião ministerial realizada, não alcançou consenso entre os ministérios da Fazenda e da Indústria. As pastas divergem sobre a manutenção do incentivo fiscal em um novo programa batizado de Rota 2030, e a decisão foi levada ao presidente Michel Temer.
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, baseada em informações da Pintec (pesquisa de inovação), do IBGE, mostra que o setor reduziu o gasto em pesquisa e desenvolvimento (P&D) entre 2011 (antes do programa) e 2014 (dado mais recente, já com o programa em vigor). A inovação era um dos objetivos do Inovar Auto.
No mesmo período, setores industriais como o de máquinas e equipamentos e o de produtos elétricos ampliaram o investimento em inovação.
Os técnicos do Ministério da Indústria ponderam, no entanto, que o grosso do investimento veio a seguir, notadamente a partir de 2015.
Segundo Igor Calvet, secretário de desenvolvimento e competitividade industrial do ministério, em 2015, as 23 montadoras do Inovar Auto investiram o equivalente a 2,87% da receita bruta em P&D. Já a indústria manufatureira total, 0,9%.
“O investimento da indústria do Inovar Auto é equivalente ao investimento em inovação de países como EUA e Alemanha”, disse.
A cifra é resultado de informações prestadas pelas montadoras ao ministério, como parte do acompanhamento do programa. Segundo Calvet, foram investimentos em aplicados testes de materiais e em itens de segurança, por exemplo.
“O relato que temos das empresas é que todas as melhorias feitas nos veículos nos últimos anos são decorrência do Inovar Auto”, afirma.
O ministério não compara, porém, estes resultados com números anteriores ao programa, o que permitiria traçar um “antes e depois” da política e avaliar seus efeitos. A limitação ocorre, segundo Calvet, porque as montadoras passaram a informar seus investimentos apenas após a vigência do Inovar Auto.
“Um indício de que a qualidade dos automóveis aumentou é que hoje o Chile, um mercado altamente competitivo, é o nosso terceiro maior consumidor”, afirmou.
Fonte: fato online