Vendas de veículos usados têm queda de 5,9% no primeiro trimestre
Quarentena esvazia varejo e revendas intensificam o uso de ações digitais
A quarentena imposta pela pandemia de coronavírus também afetou o mercado de veículos usados: de janeiro a março, o total de transferências recuou quase 6% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Fenabrave, que reúne o setor de distribuição.
O segmento de pesados que puxou o resultado ao registrar queda acima da média do mercado, com volume 11,6% menor no comparativo anual. A pior queda foi do mercado de ônibus, com recuo de quase 20%, enquanto as vendas de caminhões usados ficaram 10,3% abaixo da registrada no primeiro trimestre de 2019. Já o mercado de veículos leves, que engloba automóveis e utilitários, apresentou retração de 5,7% no acumulado dos três primeiros meses do ano. Com o decreto de quarentena, as revendas tiveram que fechar as portas, o que causou perda de faturamento durante boa parte do mês de março.
No comparativo mensal, de março contra fevereiro, as vendas caíram 13% nesta comparação, com cerca de 100 mil transferências a menos em março. Vale lembrar que fevereiro é sempre um mês mais curto, o que mostra o quão impactado foram os negócios durante o mês passado, principalmente na segunda quinzena, quando vários estados começaram a adotar a quarentena.
O segmento de veículos leves foi o mais prejudicado, registrando queda de 13,4% das vendas de março contra as de fevereiro. Enquanto o total de automóveis usados vendidos recuou 14% neste período, em utilitários a retração foi de 9,6%.
“A situação é inusitada pois nunca tivemos um acontecimento dessa envergadura e profundidade. A imposição da quarentena, logicamente, trouxe uma redução brutal nas vendas das lojas. Estamos sugerindo a intensificação de ações digitais como leilões on-line, visitas agendadas, contatos de fidelidade etc. Ainda estamos com os olhos voltados para as estratégias a serem desenhadas para a ‘saída’ da quarentena e a retomada da vida cotidiana das pessoas e o comércio em geral. A economia precisa voltar a crescer”, enfatizou em nota Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto, federação que representa as associações de revendedores independentes de veículos (que não são concessionárias).
FONTE: Automotive Business