Localiza busca internacionalização e ferramentas digitais para garantir crescimento, afirma CEO

A Localiza (RENT3) aguarda o desenrolar de sua fusão com a Unidas (LCAM3), mas para o médio e longo prazo a empresa de locação de veículos quer manter a trajetória de crescimento e também entrar em novos mercados e serviços. Isso inclui o lançamento de uma empresa específica para atender motoristas de aplicativos, a Zarp, e a expansão internacional.

A empresa de locação de veículos e gestão de frotas é a vencedora da categoria consumo do prêmio Melhores da Bolsa, realizado pelo InfoMoney em parceria com o Stock Pickers com base em ranking exclusivo elaborado pela provedora de serviços financeiros Economática e pela escola de negócios Ibmec.

“Em um horizonte de cinco, dez anos, também temos (como uma das avenidas de crescimento) a internacionalização da companhia. A própria combinação dos negócios com a Unidas pode catalisar esses planos que já tínhamos”, disse Bruno Lasansky, que desde abril ocupa o cargo de CEO da Localiza.

A Localiza já conta com uma presença no exterior, mas limitada a quatro países da América do Sul.

A companhia detinha uma parceria com a Hertz, mas que foi encerrada em agosto do ano passado após a companhia americana entrar em um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, um dos efeitos da pandemia da Covid-19.

A combinação de negócios com a Unidas depende da aprovação da fusão, anunciada em setembro, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O órgão regulador já declarou que é uma operação complexa dado o potencial de concentração nos mercados de locações e de veículos. A Localiza conta com uma frota de 289.193 veículos, líder no Brasil, e a Unidas conta com 134.921 automóveis.

Enquanto a resposta não sai, a Localiza vem trabalhando em outras frentes e mostrando resultados.

A empresa registrou uma receita de R$ 2,797 bilhões no primeiro trimestre de 2021, estabilidade na comparação com igual período do ano anterior. O lucro, no entanto, mais que dobrou, chegando a R$ 482,3 milhões.

Parte desses resultados refletem os esforços em inovação e novos serviços. Em 2020, a companhia intensificou a oferta do serviço de assinatura de veículos, o Meoo. Neste ano, foi a vez do lançamento da marca Zarp, além de testes de produtos e serviços desenvolvidos pela Localiza Lab.

Lasansky afirma que o uso da tecnologia e inteligência de dados têm permitido que a Localiza desenvolva soluções que possam atender melhor aos clientes. No caso do Zarp, foi percebida a necessidade de dar ao motorista dos aplicativos atendimento exclusivo que pudessem facilitar a gestão de multas e o agendamento das manutenções. Também foi o uso da tecnologia que permitiu a criação de um serviço de destravamento do carro alugado via aplicativo de celular, sem necessidade de interação entre o locatário e atendentes das lojas.

“Queremos combinar a tecnologia e o uso de dados com a força operacional da empresa, que é a gestão de ativos em escala”, disse o CEO.

E as oportunidades também estão nos mercados tradicionais. Lasansky afirma que, no Brasil, 80% das empresas fazem a própria gestão das frotas (considerando aquelas que necessitam de mais de dez veículos).

“Para essas empresas é mais conveniente terceirizar o serviço, por isso vemos que há muitos espaços para crescimento”, disse.

No início da pandemia, a Localiza seguiu o caminho de outras grandes empresas, se concentrando em preservar o capital e fazendo os esforços para adequar a força de trabalho à nova realidade.

Na segunda etapa, quando a companhia percebeu que teria caixa suficiente para lidar com qualquer cenário, foi a vez de voltar a olhar para os planos de digitalização e crescimento nos médio e longo prazos. Foi quando ocorreu, por exemplo, a aceleração do Meoo, de carros por assinatura, e os investimentos na expansão do Localiza Lab. Também foi nesse período que a companhia anunciou a fusão com a Unidas.

O CEO conta que a etapa atual leva em conta a reabertura maior da economia, que será propiciada pela evolução da vacinação.

A Localiza, assim como as demais empresas de veículos, foi uma das mais atingidas no início da pandemia da Covid-19. Em março de 2020, os papéis da empresa chegaram a cair cerca de 50% em meio aos anúncios de restrição de mobilidade. As ações terminaram aquele mês valendo R$ 23,15. A recuperação foi gradual, se intensificando com o anúncio da fusão. Atualmente, esses papéis são negociados a R$ 64, patamar superior ao registrado antes do início da pandemia.

Henrique Alvarez, co-fundador da Neo Investimentos, gestora que tem em sua carteira ações da Localiza, lembrou que, passado o susto, os investidores voltaram a olhar para os fundamentos das empresas, o que explica a recuperação dos papéis da locadora de veículos.

O ranking Melhores Empresas da Bolsa adotou critérios quantitativos e qualitativos para analisar as companhias de capital aberto. A análise considerou um período de três anos, de 31 de dezembro de 2017 a 31 de dezembro de 2020. Os dados quantitativos foram avaliados pela Economática e os qualitativos, pelo Ibmec.

 

Fonte: infomoney.com.br

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