Pé no acelerador para aumentar receita e reduzir gastos

Alugar carros em pleno isolamento social por causa da pandemia da Covid-19 e ainda crescer não é para poucos. Responsável por 11% do mercado de locadoras de veículos no Brasil, a Movida conseguiu esse feito. No segundo trimestre, a companhia registrou crescimento de 5,8% na receita líquida em relação ao mesmo período de 2019, com R$ 1,04 bilhão, contra R$ 990 milhões entre abril e junho de 2019. “A empresa terminou o trimestre com um resultado financeiro mais forte do que quando entrou na quarentena”, disse o CEO da Movida, Renato Franklin. A empresa fechou o trimestre com R$ 1,7 bilhão em caixa.

Mas um novo desafio surge pela frente no último quadrimestre do ano para a Movida: fazer frente à anunciada fusão entre as duas primeiras do segmento, Localiza e Unidas, que passarão a ter 47% do market share, receita de R$ 14,3 bilhões e frota consolidada de 468 mil veículos. Uma potência formada justamente em um momento em que as companhias traçam estratégias para retomar a marcha para crescer após o tombo provocado pela quarentena no Brasil.

E para enfrentar a queda no volume de aluguel de carros por causa da restrição de circulação de pessoas, uma das providências adotadas pela companhia foi literalmente apertar o cinto. A locadora reduziu R$ 67 milhões em custos operacionais no segundo trimestre. Essas ações, na avaliação de Franklin, foram cirúrgicas para que a Movida conseguisse fechar o período com resultado positivo, ainda que com queda de 93,7% no lucro entre abril e junho deste ano contra o mesmo período do ano passado. Foram R$ 2,6 milhões reportados no segundo trimestre de 2020 e R$ 41,5 milhões no mesmo período de 2019. “Para nós, o resultado do trimestre foi excelente”, disse Franklin.

Outro caminho adotado pela Movida foi acelerar a venda de seminovos, para aumentar o caixa da companhia. No segundo trimestre foram vendidos 18.465 veículos, volume 14,9% maior sobre o segundo trimestre de 2019 e 30,7% acima em relação aos primeiros três meses de 2020. Em março, que teve a última quinzena impactada pela pandemia, eram 119 mil veículos na frota, com 16 mil à venda. Em abril, o estoque para comercialização chegou a 33 mil, motivado pela queda do volume de aluguel de carros nos primeiros meses após o início da quarentena. Com a retomada, voltou a comprar carros e aportou R$ 300 milhões na aquisição de novos veículos.
Para assegurar as vendas dos veículos, era necessário adaptar o formato dos canais de vendas, com aceleração do sistema de digitalização da companhia e da possibilidade da compra de seminovos pela internet. E deu certo. A Movida investiu R$ 20 milhões no segundo trimestre para criação de plataformas tecnológicas. “Eu achava que ainda não havia cultura no Brasil para venda de carro usado feita totalmente pela internet, mas tivemos que adotar porque era o único caminho disponível. E batemos recorde de vendas”, afirmou o CEO da Movida.

“A gente tinha três ou quatro estradas de crescimento e hoje tem dez. E dá para acelerar mais” Renato Franklin, CEO da Movida.

Com isso, o segmento de seminovos cresceu a passou a representar 75% da receita da empresa, contra 58% do total registrado em 2019. Locação respondia por 29% no ano passado. No segundo trimestre, foi para 17%. Os números mostram essa redução no aluguel durante o momento mais impactado pela pandemia. A receita líquida deste segmento específico da companhia despencou 34,1% na comparação anualizada de abril a junho (R$ 174 milhões no segundo trimestre deste ano, contra R$ 263,9 milhões em 2019), motivado também pela redução na frota de motoristas de aplicativos, que representam 10% dos veículos alugados pela empresa. Em relação ao volume de carros disponíveis para aluguel, o número também caiu. Eram 63.282 no fim do ano passado, contra 56.834 prontos para locação em julho.

A consolidação dos serviços digitais e a retomada gradual da economia brasileira trazem um tom otimista para o CEO da Movida. A perspectiva é de fechar 2020 com resultado próximo ao do ano passado, quando a empresa faturou R$ 3,8 bilhões. “A gente tinha três ou quatro estradas de crescimento e hoje tem dez. E dá para acelerar mais nessas estradas”, afirmou.

Segundo o executivo, o caminho para a retomada no segmento de locação está no retorno, ainda que gradual, do turismo regional, com possibilidade de maior procura de carros para viagens de pequenas distâncias. Também aposta no aumento de carros por assinatura para pessoas físicas e na retomada da confiança no uso de carro alugado. Para a Movida, a estrada parece bem pavimentada.

As melhores 

1. MOVIDA 453,28 PONTOS

2. LOCALIZA 445,35 PONTOS

3. UNIDAS 414,20 PONTOS

Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br/pe-no-acelerador-para-aumentar-receita-e-reduzir-gastos/

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