Turbi, a startup de locação que não quer ser a Localiza
Turbi: em 2016, Diego Lira conseguiu uma reunião com os irmãos Eugênio e Salim Mattar, os fundadores da Localiza.
Na época, o empreendedor havia acabado de fundar a Turbi, uma startup de locação de carros por aplicativo, e desejava convencer os Mattar a investir na empresa.
Os mineiros não botaram a mão no bolso, mas deram conselhos que ajudaram a moldar o negócio.
“Era difícil conseguir funding apenas com um PPT, uma vez que o custo de capital é alto para esse tipo de negócio,” Lira disse ao Brazil Journal.
Depois da conversa, o fundador da Turbi saiu determinado a ter uma empresa asset light. Os veículos seriam sublocados de locadoras médias ou grandes, e a relação com os clientes deveria ser totalmente digital.
Sem lojas e frota própria, a startup desenvolveu um modelo de negócio de ‘car sharing’ em que o cliente faz a locação do carro no aplicativo e o retira em estacionamentos espalhados pelas cidades onde opera (hoje São Paulo e região metropolitana).
A empresa tem cerca de 2 mil carros em circulação e projeta fechar 2022 faturando R$ 80 milhões.
Seis anos após o encontro com os Mattar, só agora a Turbi está comprando sua frota própria com os recursos captados em sua primeira emissão de debêntures.
A companhia levantou R$ 105,8 milhões com investidores como a Jive, Arc, Capitânia, Augme, Latache, Western e Fator. A operação, coordenada pela XP, tem prazo de cinco anos e paga CDI + 6%.
A Turbi pretende alocar 90% dos recursos na aquisição de veículos, o que deve reduzir em 35% o custo de operar com a frota de terceiros.
A mudança no modelo de operação também vai permitir que a empresa entre no mercado de seminovos. Hoje um negócio importante para as locadoras tradicionais.
Apesar de cada vez mais parecida com a Localiza, Lira diz que a Turbi não quer ser uma cópia da empresa dos Mattar. “A ideia sempre foi que o cliente pudesse alugar um carro com a melhor experiência e com o menor contato com outras pessoas. Nesse sentido, não queremos ser a Localiza.”
No ano passado, a Turbi lançou um sistema de assinatura de veículos até para fazer frente a outra startup concorrente, a Kovi.
O modelo de assinatura ganha cada vez mais visibilidade no mercado de locação, atraindo das locadoras tradicionais às montadoras.
Um relatório do BTG prevê que o mercado de assinaturas deve mais que triplicar nos próximos anos. E com isso as grandes locadoras devem ganhar ainda mais mercado.
Um dos desafios da Turbi vai ser ganhar espaço nessa briga de gente grande.
Fonte : braziljournal.com