Carro por assinatura vale a pena?
Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) mostram que a frota das empresas de locação destinada para o carro por assinatura cresceu 20,8%, entre janeiro e outubro de 2022. Esse é o último dado disponível. Em janeiro de 2022, o volume locado nessa modalidade era de aproximadamente 91 mil automóveis, contra mais de 110 mil ao final de outubro de 2022.
O mercado, na verdade, é ainda maior, já que o levantamento da ABLA inclui apenas os veículos das cerca de 14.000 empresas associadas e não contabiliza a frota de montadoras que também já oferecem o serviço.
Entre as montadoras que oferecem carros por assinatura estão Audi, Caoa, Chevrolet, Ford, Jeep, Mitsubishi, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen.
Marco Aurélio Nazaré, presidente da ABLA, acredita na tendência de que a participação do carro por assinatura dobre no médio prazo. “Se trata de um nicho relativamente novo no aluguel de carros, mas que, inegavelmente, tem chamado a atenção de quem valoriza mais o uso que a posse”, diz.
Como funciona o carro por assinatura
Na modalidade de carro por assinatura, em vez de adquirir um veículo próprio, a pessoa aluga o carro por um, dois ou até três anos. Ao final do contrato, pode renovar a assinatura para ter outro veículo novo na garagem.
Nesse formato, ao pagar um valor mensal pela assinatura, o cliente experimenta uma nova forma de ter um carro, sem comprar e, portanto, deixando de ter a preocupação e os gastos com seguro, manutenção, revisões, tributos e com os desafios que surgem na hora de vender o próprio carro.
Além das montadoras, existem empresas especializadas em carros por assinatura no mercado, como a Flua! e a Drive Select. Locadoras tradicionais de veículos, como a Localiza, também abraçaram a nova modalidade.
Diferenças entre carro por assinatura e aluguel de carros
A principal diferença é que o carro por assinatura é sempre um veículo zero quilômetro, e essa é uma das principais vantagens da modalidade, já que quem opta pelo carro por assinatura está sempre como um carro novo em mãos.
Outra diferença importante é o prazo do contrato. Enquanto o aluguel tradicional de carros pode se restringir a um dia apenas, no carro por assinatura os contratos vão de 12 a 36 meses, geralmente. Há modelos populares dentro da modalidade e também carros de luxo.
O que está incluído no valor do carro por assinatura
Além do veículo em si, o valor pago mensalmente pelo cliente dá direito a assistência 24 horas caso o carro precise de algum reparo, seguro, emplacamento e impostos. Algumas empresas oferecem como benefício até serviços emergenciais para casa, como chaveiro, encanador e eletricista.
No fim das contas, o único custo que o usuário tem, além da mensalidade do carro, é com o combustível.
Carro por assinatura: vale a pena?
A educadora financeira Carol Stange explica que, em geral, as locadoras de carros cobram pelos seus veículos por ano, um terço do valor do mesmo veículo zero quilômetro. “Se compararmos apenas o valor do bem, essa conta pode empatar, entre comprar ou alugar um veículo, se falarmos de um contrato de aluguel de três anos, por exemplo”, diz.
Só que como os custos não se resumem apenas ao valor do bem, alugar um carro por assinatura significa que o usuário não precisar pagar IPVA, nem ter gastos com manutenção e seguro. “Além disso, a pessoa que aluga um carro não precisa se preocupar com a provável desvalorização na hora da revenda do mesmo”, pontua Stange. “Um bom norte em termos de valor dos custos agregados ao decidir comprar um veículo é considerar que os custos com esse bem ficam em torno de um sexto do valor do mesmo, por ano.”
Na visão dela, o carro por assinatura vale a pena, principalmente, para pessoas que percorrem grandes distâncias diariamente ou que passam muito tempo no trânsito de grandes cidades. Como por exemplo, vendedores autônomos, representantes de vendas. E também quaisquer outras profissões que demandem deslocamento, já que esse uso intenso pode causar desgastes prematuros no veículo.
Caso o consumidor opte pelo carro por assinatura, uma dica é deixar aplicado o dinheiro que seria gasto na compra do veículo. “Estamos em um momento delicado da economia e o mercado tem se mostrado ansioso com a imprevisibilidade futura”, contextualiza Stange.