Assinatura de carro: alternativa para carro novo

Carros novos: um bem cada vez mais distante de muitos. Atualmente, modelos de maior valor agregado são  aqueles que interessam mais aos frotistas, taxistas, motoristas de aplicativos e locadoras.

O ano de 2022 já é página virada, mas a indústria automotiva ainda contabiliza os resultados de produção, vendas no mercado interno e exportações registrados nos últimos 12 meses. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou os números do ano passado, revelando alguns dados interessantes sobre as vendas de carros novos.

De acordo com a entidade, houve crescimento de 5,4% na produção de veículos no Brasil. Somando automóveis, comerciais leves e pesados. Foram produzidos 2,37 milhões de veículos. As vendas de carros novos apresentaram uma pequena queda, totalizando 2,104 milhões de veículos, 0,7% a menos do que em 2021. Números ainda bem menores do que os registrados em anos anteriores. Anos que a indústria chegou a vender quase 4 milhões de veículos em um ano.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, foi taxativo ao dizer que a crise dos semicondutores e a falta de uma política de créditos mais acessíveis foram fatores que contribuíram para o ainda baixo desempenho da indústria automotiva no Brasil.

Mas um dado relevante revelado por ele chamou a atenção. De acordo com Márcio de Lima, 70% das vendas de carros novos concretizadas no ano passado foram feitas à vista. Apenas 30% dos veículos vendidos foram financiados. A explicação, é claro, está nas altas taxas de juros e preços cada vez mais altos dos modelos.

Modelos de maior valor agregado estão vendendo bem

O mais curioso é constatar que as vendas de carros novos de maior valor agregado já superaram os chamados modelos de entrada. Eles não têm preços tão populares e nem despertam mais o interesse das montadoras como no passado. Atualmente, são modelos que interessam a frotistas, taxistas, motoristas de aplicativos e locadoras.

A bola da vez são os SUVs, mais bem equipados e mais seguros, e consequentemente, mais caros. E quando a indústria é questionada sobre a possibilidade de voltar a produzir modelos com preços mais acessíveis, a resposta é sempre a mesma. “O custo Brasil é muito alto e para adequar os carros às novas leis de segurança e emissões é preciso subir os preços”. Mas em países de primeiro mundo o consumidor consegue comprar carro seguro e moderno com preços acessíveis. Por que será?

Todos esses fatores revelam uma triste realidade que expõe mais uma vez a gigantesca desigualdade social no Brasil. Fica claro que as vendas de carros novos são cada vez mais impulsionadas por pessoas de maior poder aquisitivo. Compram à vista e fogem dos juros altos. Os menos favorecidos já não conseguem mais sonhar com o carro novo. Fica difícil pagar as prestações do financiamento, com juros tão altos.

Para esses, então, restam os chamados “velhinhos”. Já que os seminovos e os usados também estão com os preços nas alturas. Com isso, o sonho da renovação da frota vai ficando mais distante. As ruas e estradas ficam repletas de veículos que poluem muito e consomem muito combustível. Uma dinâmica que precisa ser quebrada com incentivos e novas políticas de crédito. Dessa forma tornar as vendas de carros novos mais acessíveis a todos.

Fonte: vrum.com.br

Atualmente, modelos de maior valor agregado interessam mais para as locadoras.

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