JSL aposta em escala e densidade na logística

A JSL (JLSG3), maior empresa de transportes e logística do Brasil, tem sede de crescimento.

 

Depois de apresentar no quarto trimestre de 2022 um lucro líquido ajustado de R$ 110 milhões, alta de 73,8% frente ao mesmo período em 2021, a empresa aposta na sua capilaridade para continuar crescendo e aumentar seu domínio num mercado bastante fragmentado. Neste texto, vamos apresentar planos e ações da empresa para você avaliar se vale investir na JSL (JSLG3).

“É um setor competitivo, são mais de 150 mil transportadoras no Brasil, Nós temos mais que o dobro no tamanho do segundo colocado, e mesmo assim temos entre 1% e 1,5% do mercado. Então há uma oportunidade grande de consolidação”, apontou Guilherme Sampaio, CFO e diretor de relações com investidores, em conversa com Luis Moran, head da EQI Research.

Vale investir na JSL (JSLG3)? Empresa aposta em escala e densidade

O mercado de logística no Brasil movimenta em torno de R$ 960 bilhões por ano, sendo cerca de 60%, ou R$ 580 bilhões, apenas para o setor de transporte. O valor restante inclui ações dentro da planta do cliente, seja ela uma fábrica ou uma fazendo, e serviços de armazenagem e distribuição urbana.

Segundo Guilherme Sampaio, a presença em todo o país permite um ganho de escala importante na hora de se diferenciar da concorrência e aumentar a rentabilidade. “A escala nos dá poder de aquisição, tanto no acesso como na precificação do produto, e também no acesso ao crédito”, explica o CFO.

Segundo ele, esse é um diferencial importante no setor. “Hoje, poucas empresas têm acesso a crédito e caixa suficiente para suportar todos os investimentos e o capital de giro que é necessário”, completa o executivo.

A escala também é importante dentro da operação da JSL. “Temos uma densidade grande, estamos no Brasil todo, e isso otimiza o trabalho e evita custos com caminhões vazios, por exemplo. Isso permite que a gente ofereça mais oportunidades ao cliente, inclusive no preço”, diz Sampaio.

Além do Brasil, a JSL opera em mais seis países da América do Sul e também na África do Sul.

Vale investir na JSL (JSLG3)? Conheça a história da empresa

A JSL surgiu em 1956, em Mogi das Cruzes, criada pelo empresário português Julio Simões com foco na entrega de produção agrícola da cidade  para as grandes metrópoles; já nos primeiros anos, no entanto, se especializou em transporte de papel e celulose para as empresas produtoras da região.

Os negócios foram se expandindo e aos poucos a empresa passou a entrar na área de suporte logístico ao setor agrário e na locação de veículos pesados e equipamentos agrícolas e depois à locação de veículos de passeio.

Com o tempo, esses serviços foram entregues a novas empresas. Hoje, a JSL é uma empresa que pertence à Simpar (SIMH3), que conta ainda com outras companhias listadas na B3, a Vamos (VAMO3), de locação de máquinas e equipamentos, e a Movida (MOVI3), locadora de carros de passeio.

A tendência de crescimento não para: foram várias aquisições nos últimos anos, a última delas da Truckpad, empresa especializada em controle logístico digital. Guilherme Sampaio diz que a JSL segue de olho em concorrentes que possam se tornar alvo de uma aquisição.

“Observamos o mercado para trazer boas empresas que vão compor o nosso negócio, buscando o que ela pode nos trazer de bom, se tem potencial de crescimento dentro da nossa escala”, explica o executivo.

Uma vez fechada, a aquisição mantém a independência da empresa, com marca e gestão por conta dos proprietários anteriores. “Foi talvez a melhor decisão que nós já tomamos. Nós vimos essas empresas se transformarem, dobrarem de tamanho em dois anos, ou mesmo em um ano, porque elas podem otimizar sua oferta de serviços com a escala e a densidade da JSL”, conta o CFO.

Vale investir na JSL (JSLG3)? Veja teses de atuação

Guilherme Sampaio afirma que a principal tese de atuação da JSL é a diversificação, seja nas possibilidades de atendimento, seja na formação da carteira de clientes. A área de logística, por exemplo, é capaz de atender um cliente do agronegócio, desde a colheita e o processamento dos grãos até a distribuição dentro das cidades,“desde o campo até a mesa do consumidor”, como define o CFO.

Outros clientes são atendidos apenas na área de transporte. E, como são clientes de vários segmentos econômicos, a empresa consegue obter um fluxo de caixa tranquilo sem correr o risco de sofrer com sazonalidades típicas do setor agrário.

“Atendemos mais de 18 setores ao mesmo tempo, e isso traz uma resiliência para os números da companhia sem depender do rendimento de um setor específico”, afirma.

Essa prestação de serviços, por sua vez, geralmente se divide em dois formatos:

Asset light: a JSL presta os serviços, mas os equipamentos ficam por conta do próprio cliente. “Neste caso, é um trabalho que nem sempre precisa de investimento alto. São serviços que dão mais flexibilidade para ampliar o faturamento sem registrar passivos no balanço como endividamento por compra de equipamentos”, afirma Sampaio.

Asset heavy: a JSL oferece também os ativos usados para a prestação do serviço, como caminhões, tratores, empilhadeiras e outras máquinas. “Esse contrato requer um investimento mais pesado em ativos, por isso são sempre contratos de longa duração, o que permite mais estabilidade na receita.”

Hoje, segundo Sampaio, cerca de 55% dos contratos são na modalidade light, mas ele estima que a tendência é chegar em breve a uma divisão igualitária. ISso tende a ampliar a necessidade de investimentos, mas o executivo explica que a empresa hoje mantém a alavancagem sob controle.

“A vantagem é que nós só fazemos dívida para comprar ativos que estão vinculados a contratos de longo prazo. Não temos ativos parados esperando por um contrato. E a empresa é forte geradora de caixa. Fechamos 2022 com capex líquido de R$ 1,4 bilhão, alavancagem flat em 3x dívida líquida/Ebitda e caixa de R$ 800 milhões”, explicou.

Vale investir na JSL (JSLG3)? Composição e cotação

A JSL tem cerca de 286 milhões de ações emitidas, segundo dados de janeiro de 2023, com 22%, ou pouco mais de 63 milhões, em free float. Mais de 70% estão nas mãos dos controladores, como a Simpar (SIMH3) e a família Simões, descendentes do fundador, Júlio Simões. que morreu em 2012.

Nesta segunda-feira, os papéis eram cotados próximos ao patamar de R$ 7,50  acumulando uma valorização de mais de 40% desde o início do ano.

Em seu último relatório sobre a empresa, a EQI Research recomendou compra das ações, ao preço-alvo de R$ 12, um potencial de valorização de cerca de 60% em relação ao valor atual.

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Fonte: euqueroinvestir.com

JSL aposta em escala e densidade na logística

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