Locadoras rindo à toa
O impacto da pandemia não barrou totalmente a crescente expansão do setor de locação de veículos, em constante crescimento desde 2017. Locadoras rindo à toa.
Nos primeiros meses da crise sanitária provocada pela covid-19 em 2020, o setor conseguiu ultrapassar a marca de 1 milhão de veículos. Quebrando seu próprio recorde.
No ano passado, as locadoras compraram 360.567 automóveis e comerciais leves, totalizando uma frota de 1,007 milhão de veículos. Esse dado está acima do recorde anterior, de 2019, quando a soma de carros para locação no Brasil era de 997.416 unidades. O faturamento bruto anual do setor ficou em R$ 17,6 bilhões e o líquido, em R$ 15,3 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).
A modalidade de aluguel que mais cresceu na pandemia foi a de longa duração para pessoas físicas (de 12 meses a 36 meses). Ficou conhecida como “carro por assinatura”, e chegou a 8% da frota total das locadoras (o equivalente a mais de 80 mil carros alugados por meio desse tipo de contrato). “O momento atual, no qual mais pessoas preferem evitar transportes coletivos, acelerou a demanda”, avalia o presidente da Abla, Paulo Miguel Júnior. A oferta é variada. Podem ser alugados desde os modelos mais básicos, os chamados veículos de entrada, até os mais equipados e luxuosos.
O aluguel de carros para viagens também está crescendo.
Quem deixar para alugar um carro em cima da hora para os próximos feriados de 12 de outubro e 2 de novembro pode ficar sem veículo. Com a flexibilização das medidas de isolamento social, mesmo com a pandemia ainda em curso, a demanda por locação, de acordo com a Abla, nos dois próximos feriados, terá aumento de 20% em relação às mesmas datas do ano passado. A orientação do executivo é para as pessoas se programarem.
“Em primeiro lugar, faça a reserva do veículo de sua preferência o quanto antes. É importante checar se a Carteira Nacional de Habilitação está em dia e é válida. E também observar que, na maioria das vezes, a locadora oferece descontos progressivos. Quanto maior o período de locação, menores ficam as tarifas diárias cobradas”. Outra orientação importante é que a opção de pagar com o cartão de crédito facilita a aprovação do cadastro e o atendimento. “Vale lembrar que alugar um modelo popular custa o equivalente a uma corrida de táxi de aeroportos mais afastados até as regiões centrais das cidades”, aconselha Paulo Miguel Júnior.
Recorde
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também comemora. Com o expressivo volume de 1,439 milhão de unidades comercializadas em agosto, as vendas de usados chegaram a 10,234 milhões de unidades. No acumulado do ano, um crescimento de 48,2% sobre igual período de 2020 – automóveis, comerciais leves, pesados e motocicletas, de acordo com a entidade.
“A baixa disponibilidade de veículos novos segue como o grande desafio do setor da distribuição automotiva. E a oferta de usados surge como alternativa para suprir esse mercado”, avalia o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. Desde 2004, início da série histórica, nunca o setor havia superado a barreira de seis veículos leves usados vendidos a cada novo emplacado em um mês. “Neste ano, chegamos a uma proporção de 6,5, em julho, e atingimos 6,8, em agosto”, destaca Assumpção Júnior.
Locadoras rindo à toa
Fonte: Estado de Minas