Sucesso do leasing social de carros elétricos na França
Sucesso do leasing social de carros elétricos na França preocupa o Estado e os fabricantes
Notícia traduzida do Le Monde e pode conter alguns erros*
Com mais de 50.000 solicitações para 20.000 inicialmente planejadas pelo governo, o acesso a veículos elétricos de baixo custo por meio do leasing social tornou-se muito popular. No entanto, esse êxito está gerando sérios problemas para as finanças públicas e o modelo econômico da indústria automotiva.
O início acelerado nunca está isento de riscos, especialmente o risco de um desvio mais ou menos controlado. Os primeiros passos do leasing social, um mecanismo de locação de longo prazo destinado a permitir que famílias de baixa renda tenham acesso a carros elétricos, indicam uma trajetória que pode não ser totalmente linear.
Lançada em dezembro de 2023, em conformidade com um compromisso assumido por Emmanuel Macron durante sua campanha presidencial em 2022, esta fórmula de leasing com opção de compra (LOA) já está sendo bem-sucedida. Os primeiros beneficiários foram entregues, e no Ministério da Transição Ecológica, declara-se estar “agradavelmente surpreso”. No início de janeiro, foram contabilizados 91.000 pedidos, sendo que três quartos deles aparentemente são elegíveis. Por sua vez, os fabricantes apostam em cerca de 50.000 solicitações confirmadas.
Acessível a famílias com renda fiscal de referência por parte inferior a 15.400 euros por ano, esse dispositivo destina-se a trabalhadores que residem a pelo menos 15 quilômetros do local de trabalho ou que precisam percorrer mais de 8.000 quilômetros por ano por motivos profissionais. A fórmula, que prevê o pagamento de um bônus de 13.000 euros pelo Estado, permite dirigir um veículo elétrico por três anos (renovável uma vez).
Guerra de preços
Para o beneficiário, a mensalidade é de no máximo 100 euros (sem entrada inicial) para um carro compacto (Peugeot e-208, Renault Zoé) e 150 euros para um modelo familiar (Renault Mégane E-Tech, Hyundai Kona). Apenas os veículos com pegada de carbono abaixo de um certo limite são elegíveis, o que exclui automaticamente importações da China ou do Japão.
Inicialmente, o governo contava com 20.000 pedidos para 2024, por falta de modelos em número suficiente com preços limitados. Isso não levava em consideração o entusiasmo dos fabricantes. Envolvidas numa guerra de preços e temendo uma desaceleração nas vendas, as marcas multiplicaram as ofertas tentadoras, algumas das quais abaixo de 100 euros.
A Citroën já iniciou pedidos no âmbito do leasing social para o modelo elétrico ë-C3. Carro que ainda não chegou às concessionárias, oferecido a partir de 54 euros por mês, acompanhado pelo ë-C4, uma berlina elétrica acessível a 129 euros por mês. Na Fiat, o modelo 500e é oferecido a partir de 49 euros. Ao todo, o grupo Stellantis, que oferece nove modelos por meio de cinco marcas, portanto já reivindica quase 30.000 pedidos confirmados.
*Fonte: lemonde.fr
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