Due Diligence em processos de compra e venda
Você já ouviu falar em due diligence? O termo é utilizado no âmbito de aquisições corporativas para se referir a processos amplos de auditoria, visando a confirmação dos ativos e dos passivos que estão sendo transacionados.
A análise é bastante complexa e normalmente feita por uma empresa especializada, contratada e paga pelo interessado na aquisição. A falsa ideia de que o empresário venderá a sua empresa “de porteira fechada” de fato não existe. Se o comprador for uma empresa listada em bolsa ou tiver algum grau de governança corporativa, seja brasileiro ou estrangeiro, seguramente o rigor da auditoria será ainda maior.
A Due Diligence inclui aspectos como a confirmação dos saldos contábeis de ativo, passivo e o resultado, e questões jurídicas ligadas à responsabilidade da empresa em várias esferas do direito, entre elas a trabalhista, a tributária e a cível. O objetivo é identificar se a empresa manteve no passado conduta alinhada às leis e normas vigentes. Também são avaliadas questões ligadas ao adequado controle de estoques, políticas voltadas ao meio ambiente, à segurança dos colaboradores e, em determinados casos, à qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa auditada. É neste momento que empresários descobrem os efeitos negativos por não terem se apropriado profundamente de assuntos referentes ao dia a dia da empresa, em especial à contabilidade.
É comum o empresário não entender a importância gerencial da contabilidade e deixar este assunto de lado, sendo tratado exclusivamente pelos seus contadores como uma obrigatoriedade de apresentação ao Fisco. Muitas vezes por desconhecimento e em outros casos intencionalmente, vemos os empresários buscando meios discutíveis e arrojados para reduzir a incidência de impostos.
Estas tentativas de melhorar ou piorar artificialmente o desempenho de uma empresa, com o objetivo de apresentar situação patrimonial distinta da realidade ou resultado inferior ao realizado, assim enganando aos credores ou a própria Receita Federal, podem eventualmente trazer benefícios de curto prazo para a empresa. Mas seguramente tais práticas serão identificadas e suas consequências cobradas do empresário quando este for vender o seu negócio. “Percebemos que há um descasamento entre a real importância da contabilidade para as empresas e o nível de conhecimento da maioria dos empresários em relação a esse assunto.
A informalidade das informações contábeis e até mesmo a falta de capricho na sua preparação prejudica o empresário no momento de uma venda. Em muitos casos, o empresário tem o cuidado e a diligência de solicitar ao contador que registre todas as informações, mas não atenta para que as informações estejam corretamente reconhecidas, ou seja, falta alinhamento entre empresa e contador.
Na due diligence, a empresa é auditada pelo comprador, e todos esses problemas são expostos e colocados à mesa em uma negociação. Vemos inúmeros casos onde o empresário é pego de surpresa pelo tamanho do risco que está correndo e, se quiser vender a empresa, terá que dar garantias ao comprador de que o risco não será suportado por quem compra. Muitas vezes os negócios não são celebrados por que a empresa não passa pela auditoria. Por isso, se faz essencial o acompanhamento e a compreensão dos lançamentos contábeis por parte do empresário. Se você, empresário, tem em seus planos analisar a possibilidade de vender parte ou toda sua empresa para um investidor, a melhor dica é antecipadamente buscar ajuda de consultorias especializadas em fusões e aquisições e realizar um diagnóstico.