Setor de locação adquiriu 380,3 mil veículos em MG
A maior regularidade na entrega de carros por parte das montadoras e o mercado crescente permitiu que o setor de locação de veículos encerrasse 2022 com resultados positivos.
No Brasil, as empresas de aluguel de carros compraram um total de 590.520 automóveis e veículos comerciais leves. O que representou um crescimento de 33,6% em relação às compras feitas pelo setor em 2021. Minas Gerais é o maior comprador. Ao todo, foram 380.389 unidades adquiridas, superando em 22,2% o volume licenciado em 2021.
Em Minas Gerais, a frota total de automóveis e comerciais leves das empresas locadoras encerrou 2022 com 947.876 unidades, ante as 781.818 unidades registradas em 2021, variação positiva de 21,2%.
Em média, o investimento das locadoras por unidade adquirida no ano passado foi de R$ 93,6 mil, de acordo com a Abla
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) e vice-presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais (Sindloc-MG), Marco Aurélio Gonçalves Nazaré, o investimento em frota, em nível nacional, chegou a R$ 55,2 bilhões.
“A importância do negócio do aluguel de carros no Brasil é muito grande, pois se trata de mobilidade. As pessoas buscam por uma mobilidade ágil, simples, de custo baixo e no momento que precisam”.
Em 2022, as 590.520 unidades compradas pelas locadoras em nível nacional atingiram o patamar de 30,1% na participação do setor de locação no total de automóveis e comerciais leves vendidos durante o ano. O índice de representatividade foi recorde. Em média, o investimento das locadoras por unidade foi de R$ 93,6 mil.
“Durante os primeiros meses de 2022, o setor ainda enfrentou problemas com a entrega de carros por parte das montadoras, resultado da falta de componentes, principalmente, os eletrônicos. Mas, a partir de maio de 2022, houve uma recuperação da capacidade de produção da indústria automotiva com a maior regularização da entrega dos componentes. Isso permitiu que nosso setor retomasse os investimentos na frota, que no Brasil superaram 590 mil veículos licenciados”.
Ainda segundo Nazaré, o mercado de locação de automóveis oferece serviços bastante variados. Isso contribui para o crescimento constante do setor. Além disso, o baixo poder de compra do consumidor inibe a compra de veículo próprio.
“A tendência é que a representatividade do setor na aquisição fique maior. Há uma demanda grande pelo aluguel de carros, seja para empresas ou para o cidadão. Também estamos passando por uma mudança de costume, que é de posse para uso”.
Nazaré explica ainda que as empresas de locação tem muitos serviços e acabam atendendo às diversas demandas.
“As empresas oferecem contratos por assinatura de longo prazo para pessoas físicas, jurídicas e aplicativos, temos aluguel diário e mensal. Trabalhamos com contratos de longo prazo para pessoas jurídicas, empresas privadas e órgãos públicos. Há ainda o serviço de carros reserva para seguradoras e agências de viagens. A retomada do turismo, principalmente, o regional também é um ponto positivo. Já que muitas pessoas alugam o carro ao invés de fazer uma revisão no veículo próprio”.
Para 2023, os resultados dependerão dos rumos da economia nacional. Segundo Nazaré, hoje, com o custo de capital elevado, resultado da atual taxa Selic, a tendência é que os resultados fiquem equivalentes aos registrados em 2021.
Porém, caso os fundamentos da economia sejam sólidos, as taxas de juros caiam e as montadoras façam um preço interessante para o setor, o licenciamento de veículos pode superar 650 mil unidades.
“O resultado depende muito da economia nacional e do custo de capital. Se houver redução da Selic, teremos um incentivo maior para comprar. Além disso, caso as indústrias automotivas melhorem a política comercial, se ajustem às condições do mercado e às necessidades das locadoras, será possível chegarmos ao licenciamento de 650 mil veículos em 2023”.