Brasileiros querem carros elétricos, mas eletrificação tem muitas barreiras
Renault Zoe elétrico. (Foto: Divulgação / Renault)
Uma pesquisa feita e divulgada pela SAE Mobilidade, no último dia 14/09, releva que a maioria dos consumidores brasileiros querem ter os carros elétricos entre as opções de compra.
Por outro lado, especialistas apontam que o Brasil ainda encontra muitas barreiras para a eletrificação da frota, como o alto custo dos veículos elétricos e problemas com baterias. Saiba a seguir mais sobre o estudo inédito e os desafios da eletrificação da frota no País!
Mais de 98% dos consumidores do Brasil gostariam de ter os carros elétricos como opção, diz estudo
A pesquisa entrevistou consumidores e executivos da indústria automotiva. O estudo teve como parceiros o consultoria KPMG e a Anfavea ( Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Assim, os resultados mostraram que 89,7% dos consumidores desejam que os carros elétricos fossem uma opção real para compra.
Para o sócio-líder para indústria automotiva da KPMG, Ricardo Bacellar, há aprovação no país sobre o uso da energia na mobilidade individual. “O brasileiro percebe o veículo elétrico como uma inovação tecnológica, e o brasileiro sempre gostou muito de tecnologia”, comenta Bacellar.
Além disso, cerca de 30% dos executivos de empresas ligadas à cadeia automotiva disseram que há, hoje, veículos elétricos plenamente viáveis. Enquanto isso, 42,9% deles considera que a eletrificação é parcialmente viável. Já 20,3% desse público considera que os modelos são parcialmente ou completamente inviáveis.
Já 30% dos consumidores disseram não conhecer esse tipo de oferta. Por fim, a pesquisa apurou que 16,8% dos consumidores afirmou não ter interesse nos carros elétricos.
Preço alto e descarte de bateria são as principais barreiras que os elétricos encontram
Por outro lado, de acordo com o site G1, os carros 100% elétricos não pagam imposto de importação. No entanto, pagam IPI de 25%. Além disso, para especialistas, não existe tecnologia barata para o descarte das baterias.
Nos carros elétricos, a bateria é parte essencial, mas é a mais cara. Além disso, o brasileiro tem hábito de descartar baterias no lixo comum. E como as baterias para carros elétricos são feitas de metais pesados, isso pode causar outros problemas ao meio ambiente – comparados aos danos já causados pelos carros à combustão. Sem contar algumas políticas ambientais pouco eficientes, como em relação à indústria.
“As baterias muitas vezes são captadas pelas montadoras que comercializam esses veículos e são reexportadas. Algumas vão para a Bélgica, para a Alemanha, onde são desmontadas, os metais separados e reciclados”, falou explica Thiago Sugahara, vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), para o G1.
“Tem um custo que precisa ser colocado também dentro da conta do investimento que as empresas estão fazendo para popularizar essa tecnologia”, completou Sugahara.
Assim, o mercado dos carros elétricos avança, mas o número de unidades ainda é pequeno. Segundo a Agência Internacional de Energia Elétrica, são pouco mais de 3.800 unidades de carros elétricos no Brasil (100% elétricos, até julho de 2021).
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Também para o G1, Sugahara revela que as expectativas é que a frota dos carros elétricos realmente aumente nos próximos anos.
“É uma questão de definição de prioridades, não é que tipo de carro a gente quer ter hoje. Mas, que tipo de carro nós gostaríamos de ter daqui para a frente? Sendo também produzido, não só comercializado, no mercado brasileiro?”, Sugahara traz a reflexão.
Também em entrevista para o G1, Celso Novais, um dos responsáveis do Projeto Veículo Elétrico/Itaipu pontua:
“É um caminho sem volta. Não adianta querer continuar investindo em máquina fotográfica com filme quando já tem a digital. Só se você quiser abrir um museu. É melhor ser protagonista e preparar a comunidade, treinar pessoas, do que você tentar lutar contra”.
Por fim, para o Uol, o especialista em eletrificação veicular da Ford para a América do Sul, disse que uma das barreiras aos modelos está na homologação.
“Que tipo de testes devemos utilizar? Não há normas definidas para estes veículos”, aponta. Outro entrave é o desenvolvimento, já que a engenharia destes carros exige que as empresas unam conhecimentos mecânicos e elétricos”, revelou o especialista para aquele site.
Com informações da Agência Brasil, G1 e Uol
Fonte: Garagem 360